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Política

Deputado propõe meia-entrada para doadores de órgãos e tecidos em MS

Benefício será concedido a quem já doou órgãos em vida ou manifestou a intenção formal de doar após a morte

Por Jhefferson Gamarra | 15/07/2025 17:38
Deputado propõe meia-entrada para doadores de órgãos e tecidos em MS
Em dia chuvoso na Capital, coração chega em caixa térmica para ser transplantado (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Um projeto de lei apresentado na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) pelo deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB) propõe o benefício da meia-entrada a doadores de órgãos e tecidos em Mato Grosso do Sul.

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Deputado de MS propõe meia-entrada para doadores de órgãos. Projeto de lei na Assembleia Legislativa prevê benefício para quem doou rins, fígado, pulmão ou medula, além de inscritos na Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO). Desconto de 50% em eventos culturais e esportivos, exceto áreas VIP e outras promoções. Fiscalização pela Secretaria de Saúde, caso aprovado. Objetivo é incentivar doações e enfrentar déficit de doadores no país. Inspiração veio de ação do Colégio Notarial de MS. Medida semelhante existe em Santa Catarina e Paraná. Projeto segue para análise e votação.

Segundo o texto do projeto, terão direito ao benefício pessoas que realizaram, em vida, a doação de um dos rins, parte do fígado, parte do pulmão ou medula óssea. Também poderão usufruir da meia-entrada indivíduos que manifestarem formalmente, por meio do sistema eletrônico oficial de declaração de vontade a AEDO (Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos) o desejo de doar órgãos e tecidos após a morte. A AEDO foi regulamentada pelo Provimento nº 164, de 27 de março de 2024, do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), e está disponível gratuitamente pelo site www.aedo.org.br.

O benefício garantirá 50% de desconto no valor do ingresso em eventos artístico-culturais e esportivos realizados em Mato Grosso do Sul. Isso inclui sessões de cinema, peças de teatro, espetáculos musicais, apresentações circenses, além de eventos educativos, esportivos, de lazer e entretenimento, promovidos por entidades públicas ou privadas mediante cobrança de ingresso.

Contudo, o projeto estabelece que o desconto incidirá apenas sobre o ingresso de menor valor disponível para venda ao público geral. Camarotes, áreas especiais e setores com serviços adicionais ficam de fora. Além disso, o benefício não poderá ser acumulado com outras promoções ou descontos.

Para comprovar o direito ao benefício, os doadores em vida deverão apresentar um documento oficial emitido por órgão de saúde que ateste a doação para fins de transplante. Já os que aderiram à AEDO precisarão mostrar o comprovante de inscrição no sistema eletrônico, em formato físico ou digital.

A responsabilidade pela fiscalização do cumprimento da lei será da SES (Secretaria de Estado de Saúde), caso a proposta seja aprovada. A lei entraria em vigor 45 dias após sua publicação oficial.

Na justificativa do projeto, o deputado Paulo Corrêa destaca que a iniciativa foi inspirada por uma ação do Colégio Notarial de Mato Grosso do Sul, com o objetivo de dar visibilidade à doação de órgãos por meio de documentos emitidos em cartório. O parlamentar afirma que o projeto busca contribuir com o enfrentamento de um problema grave de saúde pública: o déficit de doadores no Brasil.

Dados do Ministério da Saúde divulgados no final de 2023 apontam que cerca de 37 mil pessoas aguardavam por um transplante de rim e outras 25 mil esperavam por córneas. Um dos principais obstáculos enfrentados pelas equipes médicas é a recusa das famílias em autorizar a doação dos órgãos, mesmo em casos de morte encefálica. Estima-se que aproximadamente 50% das famílias se recusam a dar essa autorização, conforme informações da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos.

O deputado também ressalta que a medida já é adotada em outros estados, como Santa Catarina e Paraná. Para ele, estender o direito à meia-entrada aos doadores é uma forma de reconhecimento e incentivo à solidariedade, além de fortalecer políticas públicas voltadas à saúde.

O projeto agora segue para análise das comissões pertinentes e votação em plenário na Assembleia Legislativa.

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