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Sabor

Eliane já foi padeira, mas encontrou a paz nas quentinhas sem frescura

Ela já foi padeira, confeiteira, mas foi na cozinha que encontrou nova vocação

Por Natália Olliver | 31/05/2025 08:05
Eliane já foi padeira, mas encontrou a paz nas quentinhas sem frescura
Eleiane vende quentinha em Anhanduí há 4 anos e não larga cidade por nada (Foto: Henrique Kawaminami)

Aos 52 anos, Eliane Oliveira Castro leva o tempero a sério. E o que dá gosto na rotina vai além deles, é o cardápio preparado com simplicidade. Moradora do distrito de Anhanduí, a 52 quilômetros de Campo Grande, a cozinheira faz marmita para quem está apenas de passagem e quer comer aquela quentinha barata, ou para aqueles que trabalham nos arredores e nas fazendas.

O restaurante da Nany é simples e mais focado nas marmitas, que ela vende a R$ 24, preço único. O cardápio não é fixo. Ela gosta de fazer o que vem à cabeça no dia mesmo. Ali, o negócio é comida tradicional, o que ela considera como "sul-mato-grossense, ou o famoso arroz, feijão, carne e mandioca.

Eliane já foi padeira, mas encontrou a paz nas quentinhas sem frescura
Carro chefe na cozinha são pratos tradicionais, como o bom e velho arroz e feijão (Foto: Henrique Kawaminami)

Além da hora do almoço, ela vende as refeições até às 17 horas, mas explica que são poucos os que compram nesse horário. Eliane começou na cozinha como padeira e ficou na profissão durante 10 anos. Depois virou confeiteira, mas foi no fogão, fazendo as marmitas que se encontrou de verdade.

Nascida e criada em Anhanduí, Eliane fala que é “pé vermelho” e não larga a cidade por nada. Ela estudou na primeira escola rural de Campo Grande - que fica no distrito - em 1986, quando tudo ainda era mato. Inclusive, o Lado B fez uma matéria sobre o estado lamentável da escola em 2025. Clique aqui para ler.

“Tem gente que vem, desce nas barraquinhas para comprar pimenta e passa aqui para comer minha comida. Eu já fiz clientela. Sirvo comida, mas é mais quentinha. Trabalha eu e Deus. Faço comida simples, caseira. O povo gosta. Aqui é mais tradicional. Cada dia é um prato. O povo não gosta de frescura.”

Eliane já foi padeira, mas encontrou a paz nas quentinhas sem frescura
Elaine tem sonho de montar marmitaria que será realizado em menos de um mês (Foto: Henrique Kawaminami)

Antes de voltar a viver no distrito, Eliane foi morar em Limeira, interior de São Paulo. “Eu fazia bolo, mas optei por fazer comida porque é mais tranquilo, eu e Deus aqui. Se fosse o bolo, tinha que contratar mais pessoas. Eu adoro cozinhar. Lá em São Paulo que eu era padeira. Você tem que se virar e  trabalhar muito, senão não vive.”

Falando em viver, antes, com a rotina corrida, ela conseguia aproveitar apenas o domingo, único dia livre dela. Agora, mesmo trabalhando todos os dias, ela consegue viver do jeito que gosta.

“Aquilo lá é muito bom, todo mundo conhece. Em São Paulo, trabalhava das 6h às 14h em um trabalho e das 14h às 19h em outro. Lá a gente trabalhava pra caramba. Hoje entrego as últimas marmitas às 17h30 e não abro à noite. Aproveito a vida. Tenho algumas marmitas à tarde. Se vai tudo no almoço, faço outro cardápio. Não é todo mundo que gosta de comida pesada. Eu faço mais bife, ovo, mando para as fazendas, para o pessoal que faz as estradas.”

A cozinheira conta que, em um mês, vai realizar o sonho de montar um cantinho só dela, já que onde está atualmente é alugado.

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