Norte de MS entra em fase crítica da soja sob alerta de seca persistente
Indicadores climáticos mostram déficit hídrico enquanto lavouras iniciam período reprodutivo

Produtores de soja do Norte de Mato Grosso do Sul enfrentam risco climático no momento mais sensível da safra 2025/2026, segundo dados técnicos consolidados em dezembro. A região entrou no período reprodutivo da cultura sob persistência de déficit hídrico. O alerta aparece em boletim de monitoramento agrícola da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho).
RESUMO
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Indicadores do Índice Padronizado de Precipitação apontam intensificação da seca no Norte e no Bolsão do Estado. Os registros variam entre -1,3 e abaixo de -1,6 nas escalas de três e seis meses. Esses níveis caracterizam falta de chuva acumulada em curto e médio prazo.
O cenário contrasta com outras áreas produtoras do Estado. Regiões do Centro-Sul apresentam volumes próximos ou acima da média histórica. No Pantanal, o boletim indica excedente de chuva na escala de 12 meses.
Apesar do risco climático, as lavouras do Norte ainda mantêm maioria em boas condições. A classificação aponta 89,9% das áreas como boas, 9,3% regulares e 0,8% ruins. Técnicos alertam que esse quadro depende da regularidade das chuvas nas próximas semanas.
Os dados de precipitação de novembro ajudam a explicar o alerta. Em Mato Grosso do Sul, 40 dos 62 pontos monitorados registraram chuva abaixo da média histórica. Os maiores volumes ocorreram fora do Norte, especialmente em municípios do Sul e da faixa de fronteira.
A previsão para o trimestre de dezembro a fevereiro reforça a incerteza climática. Os modelos indicam acumulados entre 400 e 800 milímetros, com distribuição irregular no Estado. Segundo o modelo ensemble da WMO (Organização Meteorológica Mundial), os volumes podem variar significativamente conforme a região.
O trimestre coincide com a fase reprodutiva da soja, considerada decisiva para definição da produtividade. Falhas de precipitação ou excesso de calor nesse período reduzem o potencial produtivo. O boletim destaca que o impacto ocorre mesmo em lavouras bem implantadas.
Municípios do Norte como Sonora, Pedro Gomes, Coxim e São Gabriel do Oeste tiveram avanço mais lento no plantio. A semeadura nessas áreas enfrentou períodos de escassez de chuva no início do ciclo. O ritmo diferiu do observado nas regiões Centro e Sul.

