Mãe e filha madrugam na fila para garantir lugar em bazar do hospital

Para garantir lugar na fila, mãe e filha chegaram às 2h da manhã e foram as 17ª a entrar no bazar do Hospital de Câncer Alfredo Abrão. O evento começou às 8h desta terça-feira (23) e segue aberto até as 18h, na Rua Marechal Rondon, 1053, com a venda de perfumes, roupas e eletrônicos apreendidos pela Receita Federal de Ponta Porã.

A aposentada Maria Roberta da Silva, de 61 anos, conta que, conversando com outras pessoas na fila, descobriu que havia quem tivesse chegado ainda às 16h do dia anterior. Ela e a filha foram em busca de produtos para revenda, mas também aproveitaram para comprar itens de uso pessoal.

“Tenho uma loja e também faço feira. A gente aproveita que está mais barato para comprar e revender. Acabamos ajudando quem precisa e sendo ajudados também”, comentou.

Junto da filha, Márcia Aparecida da Silva, de 45 anos, Maria gastou R$ 1.014 em casacos, malas e tablets. “Praticamente a gente vem em quase todos os bazares. Em época de Finados, a gente dorme em frente ao cemitério para vender as mercadorias”, relatou.

Outra que madrugou na fila foi a aposentada Enedir Silveira, de 74 anos. Ela contou que aproveitou o bazar para comprar presentes, mesmo não encontrando exatamente o que procurava. “Eu vim atrás de um tênis, mas não tinha. Aí estou levando dois perfumes para não ir embora de mãos abanando”, disse.

Quem chegou mais tarde encontrou a fila já dobrando a esquina da Avenida Calógeras. Entre os últimos estava a produtora rural Flávia Lopes, de 40 anos, que veio de Mato Grosso para visitar a mãe, acompanhada dos filhos. “Vi na internet que teria o bazar e vim dar uma espiadinha. Quando vi a fila, deu vontade de ir embora. Acho que aguento uns 40 minutos. Se passar disso, vou desistir”, afirmou.

Cada pessoa pode adquirir até 20 unidades por vez. Os pagamentos podem ser parcelados: compras a partir de R$ 300 podem ser divididas em até três vezes, enquanto valores acima de R$ 2 mil podem ser parcelados em até seis vezes.

Construção — A presidente do hospital, Sueli Lopes Telles, lembrou que esta é a segunda ação realizada em parceria com a Receita Federal. Segundo ela, todo o valor arrecadado será destinado à construção de um novo bunker, orçado em R$ 3,5 milhões.

A estrutura vai abrigar um novo acelerador linear, equipamento utilizado em tratamentos de radioterapia. O aparelho, que já é utilizado no Hospital Albert Einstein, será o primeiro do tipo na região Centro-Oeste. Por ser importado de Israel e transportado por uma empresa da Inglaterra, a previsão é de que chegue em cerca de seis meses.

“A nossa expectativa é vender tudo. É Natal, as pessoas gostam de confraternizar, trocar presentes, e esperamos que ajudem o hospital e também aproveitem para comprar o que precisam para este fim de ano”, afirmou.

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