Novo status sanitário em 2025 impulsionou exportações da suinocultura de MS
Área livre de febre aftosa sem vacinação fortaleceu a confiança internacional e elevou embarques do Estado
O reconhecimento do Brasil como área livre de febre aftosa sem vacinação, oficializado em 2025, colocou a suinocultura de Mato Grosso do Sul em um novo patamar de visibilidade e credibilidade no mercado internacional. Ao integrar esse status sanitário, o estado passa a operar sob um selo de confiança que amplia as possibilidades de acesso a mercados mais rigorosos e consolida a imagem da produção sul-mato-grossense como segura do ponto de vista sanitário. Esse movimento já se reflete de forma direta nos números de produção e exportação do setor.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Somente no mês de novembro, Mato Grosso do Sul exportou 1,84 mil toneladas de carne suína in natura, com receita de US$ 4,49 milhões. No acumulado de janeiro a novembro, os embarques somaram 20,7 mil toneladas, gerando US$ 49,2 milhões em vendas externas. O volume representa crescimento de 11,76% em relação ao mesmo período do ano anterior, evidenciando o avanço da cadeia mesmo antes da consolidação plena dos efeitos do novo status sanitário.
Para a consultora de economia da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Eliamar de Oliveira, o reconhecimento internacional funciona como um diferencial estratégico. Segundo ela, o status sanitário amplia a atratividade da carne suína produzida no estado e reforça a confiança dos importadores, especialmente em mercados que adotam critérios sanitários mais rigorosos.
“A certificação funciona como uma oportunidade de mercado, mas também como um compromisso de toda a cadeia. Manter padrões elevados de biosseguridade e gestão sanitária passa a ser essencial para sustentarmos esse patamar”, avalia.
O avanço sanitário ocorre em um contexto de expansão também na produção. Em novembro, os frigoríficos sul-mato-grossenses registraram o abate de 311,1 mil suínos, número 4,96% superior ao observado no mesmo mês de 2024. O dado reforça o dinamismo da atividade e indica que a cadeia produtiva está respondendo às demandas de mercado e às exigências impostas pelo comércio internacional.
No entanto, a ampliação do acesso a mercados externos traz consigo uma elevação das cobranças sobre o setor produtivo. Para a consultora técnica da Famasul, Fernanda Lopes, a continuidade do crescimento depende da evolução constante do nível de profissionalização das granjas. Ela destaca que práticas rigorosas de biosseguridade são fundamentais para reduzir riscos sanitários e preservar o acesso aos principais destinos compradores.
Entre as medidas consideradas essenciais estão a adoção de barreiras de entrada, controle rigoroso do trânsito de pessoas e veículos, planos de contingência e monitoramento permanente do plantel. Segundo Fernanda, essas práticas são determinantes para atender mercados como Singapura, Filipinas e Emirados Árabes Unidos, que mantêm protocolos sanitários rigorosos para importação de proteína animal.
A consultora também pondera que, embora o novo status sanitário fortaleça a imagem do país e do estado, ele não é o único fator responsável pela valorização recente do suíno vivo. “A oferta equilibrada, a demanda firme e as exportações em alta foram fundamentais para sustentar o preço. O status sanitário contribui, mas de forma indireta, ao manter mercados abertos e fortalecer a confiança dos compradores”, explica.
Com maior exposição internacional, a suinocultura de Mato Grosso do Sul entra em um ciclo contínuo de modernização. De acordo com Fernanda Lopes, o novo patamar sanitário exige vigilância permanente, normas mais rígidas e elevação constante dos padrões produtivos. “A certificação reforça o compromisso do estado com a qualidade e fortalece toda a cadeia”, conclui.


