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Meio Ambiente

Acordo de R$ 5 milhões põe fim a 10 anos de briga por compensação da celulose

Dinheiro será para desapropriar área particular perto da Lagoa Maior

Por Aline dos Santos | 12/09/2025 09:12
Acordo de R$ 5 milhões põe fim a 10 anos de briga por compensação da celulose
Entorno da Lagoa Maior, no município de Três Lagoas. (Foto: Divulgação)

Travada há 10 anos, a disputa pelos R$ 45,6 milhões de compensação ambiental da Eldorado Brasil Celulose S,A. por obra em Três Lagoas terminou com um acordo de R$ 5,1 milhões. O documento selando a paz entre o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) foi firmado na quinta-feira (dia 11), no Compor (Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica).

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Após dez anos de disputa judicial, o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) chegaram a um acordo sobre a compensação ambiental de R$ 45,6 milhões da Eldorado Brasil Celulose. O valor, inicialmente contestado, foi reduzido para R$ 5,1 milhões, que serão destinados ao Fundo Municipal de Meio Ambiente de Três Lagoas. O acordo, firmado no Compor (Centro de Autocomposição de Conflitos), prevê a desapropriação de uma área particular às margens da Lagoa Maior e a doação de R$ 100 mil para a Rede de Proteção de Animais Domésticos. O entendimento reconhece que os impactos ambientais ultrapassam fronteiras locais, permitindo a aplicação dos recursos em todo o Estado, sem prejudicar a proteção ambiental em Três Lagoas. Autoridades destacaram a importância do diálogo e da consensualidade para resolver o impasse.

O Imasul se comprometeu a destinar R$ 5,1 milhões ao Fundo Municipal de Meio Ambiente de Três Lagoas. Com esse recurso, o município irá desapropriar uma área particular (ocupada pela Rádio Caçula), situada à margem da Lagoa Maior da cidade.

O instituto também vai destinar R$ 100 mil para a Rede de Proteção de Animais Domésticos Abandonados de Três Lagoas.

Em 2015, o Ministério Público entrou com ação civil pública contra o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul para que os valores pagos pela Eldorado, a título de compensação ambiental, não fossem aplicados fora dos limites territoriais de Três Lagoas.

O Estado chegou a destinar recursos para as obras do Bioparque Pantanal, parques em Campo Grande, rios cênicos e o Rio Taquari, sem priorizar o meio ambiente em Três Lagoas, segundo o MPMS.

Acordo de R$ 5 milhões põe fim a 10 anos de briga por compensação da celulose
Acordo para pôr fim à briga judicial foi firmado ontem no Ministério Público. (Foto: Decom/MPMS)

Em 9 de dezembro de 2019, o processo transitou em julgado. Na etapa de cumprimento de sentença, o órgão estadual de meio ambiente foi chamado a comprovar a destinação de R$ 45.677.732,33.

Porém, sobreveio decisão do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) reconhecendo a autonomia do Imasul para destinar os recursos que compõem o fundo de compensação ambiental, inclusive fora dos limites do município onde ocorreu o empreendimento que gerou a compensação.

Agora, o acordo reconhece que os impactos ambientais ultrapassam fronteiras geográficas e permite que os recursos sejam aplicados de maneira mais ampla em todo o Estado, sem prejuízo à proteção ambiental local.

“O que buscamos é ajustar consensos que realmente atendam à sociedade. Estivemos pessoalmente em Três Lagoas, ouvimos as partes e hoje celebramos uma solução que olha para o futuro do nosso Estado”, afirma o coordenador administrativo do Compor, promotor Paulo Roberto Gonçalves Ishikawa.

O promotor Antônio Carlos Garcia de Oliveira, que atua há mais de duas décadas em Três Lagoas, destacou o diálogo. “Há 24 anos estou aqui. Defendo este município com a força que ele merece. Sempre estarei aberto ao diálogo, porque é assim que entregamos o melhor para nossa cidade e para o Estado”.

A procuradora-geral do Estado, Ana Carolina Ali Garcia, reforçou que o acordo preserva o patrimônio público e fortalece a atuação ambiental. “Este documento foi construído com muitas mãos, com gestores que vivem as dores da judicialização. A consensualidade é o caminho para pacificar e avançar”.

O diretor do Imasul, André Borges, ressaltou a importância da confiança e da sensibilidade institucional.

“Todo o processo foi conduzido com as melhores mãos. Sempre ouvindo nossas demandas e colocando o interesse da cidade em primeiro lugar”, diz o prefeito de Três Lagoas, Cassiano Rojas Maia (PSDB).

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