Após incêndios, área de plantio de mudas no Pantanal “vira cinzas”
Na Serra do Amolar, brigadista do IHP mostra danos do fogo em área que antes abrigava 25 mil mudas plantadas
Após dias de incêndio devastando o Pantanal da Serra do Amolar, em Corumbá, a 428 km da Capital, uma equipe do IHP (Instituto Homem Pantaneiro) visitou ontem (29) uma região de plantio onde estavam sendo cultivadas 25 mil mudas de árvores nativas. O cenário, que até o ano passado era marcado pelo verde das novas mudas, agora é um campo de cinzas.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Após incêndios devastadores no Pantanal da Serra do Amolar, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) iniciou um projeto de replantio para restaurar a área afetada. Com 30 hectares na Reserva Particular do Patrimônio Natural Acurizal, o projeto, que começou em outubro de 2022, envolve o cultivo de 25 mil mudas de árvores nativas, incluindo espécies como angico e ipê. O IHP busca doações para financiar a recuperação e destaca que as cicatrizes deixadas pelos incêndios são profundas e exigem um longo processo de recuperação. A iniciativa, que conta com apoio do Funbio e do Projeto GEF Terrestre, visa não apenas restaurar a vegetação, mas também desenvolver estratégias para prevenir novos incêndios e conservar a biodiversidade do Pantanal.
Em postagem nas redes sociais, o IHP compartilhou um vídeo em que a equipe da BAP (Brigada Alto Pantanal) revisita a área da RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Acurizal , enquanto um dos brigadistas, Arilson Borges, narra com pesar o impacto das chamas.
“Viemos ver as cicatrizes deixadas pelo fogo. Na área em que se encontravam as mudas agora são somente cinzas. Sentimos tristeza, porque vimos, sabemos e participamos de todo o processo aqui. Vemos como ficou agora, mas, junto a esse sentimento de tristeza, vem também a esperança de começar de novo. Vamos participar e realizar esse replantio, para que esta área fique bonita como era antes”, desabafou Arilson.
Além da devastação visível, o IHP destaca que os incêndios florestais no Pantanal deixam marcas profundas e de difícil recuperação. “Os registros de incêndios florestais no Pantanal não terminam quando o fogo é reduzido. Cicatrizes das chamas deixam marcas, algumas que só podem ser superadas no longo prazo”, publicou o Instituto.
Para iniciar o processo de replantio e recuperação da área devastada, o IHP está em busca de doações e apoio de parceiros. “A gente precisa da sua ajuda nessa caminhada. Some esforços, seja um guardião da natureza e nos ajude na reconstrução”, apela o instituto em suas redes sociais. Interessados em contribuir podem fazer doações via pix para o e-mail: contato@brigadaaltopantanal.org.br.
Projeto de plantio - O projeto de plantio na área da Serra do Amolar teve início em outubro de 2022, como uma resposta aos incêndios que afetaram o Pantanal naquele ano. A ação abrange 30 hectares na RPPN Acurizal, divididos entre 15 hectares de plantio e 15 hectares de regeneração natural.
Parte das mudas foi produzida no próprio viveiro do IHP na base da Serra do Amolar, enquanto outras foram fornecidas pelo IASB (Instituto das Águas da Serra da Bodoquena). O plantio incluiu espécies nativas como angico, ipê roxo, ipê branco, manduvi, jacarandá e aroeira, todas fundamentais para a preservação do bioma pantaneiro.
O projeto, viabilizado com recursos do Funbio (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade) e do Projeto GEF Terrestre, tem custo global estimado em R$ 2,8 milhões, com contrapartida do IHP. Além da restauração das áreas devastadas, o projeto envolviam instituições de pesquisa e busca desenvolver estratégias de prevenção a novos incêndios florestais, promovendo a conservação da biodiversidade no Pantanal.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.