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Meio Ambiente

Fogo já destruiu 35 mil hectares de vegetação no Refúgio Caiman

Focos de incêndio se concentram em Miranda e na Serra da Bodoquena

Silvia Frias e Viviane Oliveira | 12/09/2019 13:01
Combate às chamas na região tem equipes dos bombeiros, Prevfogo, ICMBio e brigadistas do refúgio (Foto/Divulgação: Corpo de Bombeiros)
Combate às chamas na região tem equipes dos bombeiros, Prevfogo, ICMBio e brigadistas do refúgio (Foto/Divulgação: Corpo de Bombeiros)

Pelo menos 35 mil hectares do Refúgio Ecológico Caiman foram atingidos pelos incêndios registrados nesta semana, segundo informações do Corpo de Bombeiros. Isso representa 66% do total da área. Juntamente com a Serra da Bodoquena, são as áreas de maior preocupação no combate às chamas.

Segundo voluntários que trabalham no combate, o fogo se espalhou rapidamente pela fazenda, e atingiu, inclusive, área onde ficam recintos de reintrodução de onças. O fogo começou na terça à tarde. "Por volta das 15h percebemos um incêndio florestal que havia começado em outra fazenda e se alastrou para a área do Refúgio. Devido aos ventos fortes e tempo seco, o fogo se espalhou rapidamente pela fazenda, passando inclusive pela área onde ficam nossos recintos de reintrodução", postou nas redes sociais a equipe do Onçafari, projeto ambiental com base na região (Veja vídeo no final).

Durante o incêndio, a organização teve de resgatar um dos animais do projeto. "Conseguimos retirar a onça-pintada Jatobazinho, onça que está sendo preparada para ser reintroduzida, que estava no recinto, e levá-lo para um local seguro", relatou o Onçafari.

Ontem à tarde, a equipe do Corpo de Bombeiros sobrevoou dez pontos considerados críticos na ocorrência de incêndios. Além da Caiman, consta a Serra da Bodoquena, onde esta a terra indígena kadwéu, a aldeia que concentra maior número de focos no País. Somente ontem, foram 172, conforme dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial).

O coordenador da Defesa Civil, Fábio Catarinelli, disse que o combate às chamas na Caiman está sendo feito com militares, além dos brigadistas da fazenda e de equipes do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e do Prefvogo. A propriedade conta com aeronave que tem feito sobrevoos para identificar a área atingida.

Desde que foram registrados focos de incêndio na fazenda, a reportagem tenta contato com a assessoria do refúgio, mas nao obteve retorno. A informação na propriedade é que as equipes estão fazendo o combate às chamas e que estaria longe da sede.

O tenente-coronel Waldemir Moreira Jr, chefe do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros, disse que são 48 ocorrências de incêndio por dia em Mato Grosso do Sul. Até agora, somente em setembro, foram 1.552 focos registrados o Estado.

A situação é considerada preocupante por conta da previsão de continuidade de estiagem e prognóstico de chuva somente no fim de setembro e começo de outubro. Mesmo com temporais, há outro risco, segundo Moreira: a queda de raios, distante dos pontos de chuva, o que pode ser a fagulha para focos de incêndio.

Conscientização – hoje foi publicado no Diário Oficial do Estado o decreto de situação de emergência nas zonas rurais de nove municípios de MS. O tenente-coronel Moreira explica que, apesar de delimitar a área, a publicação serve como orientação à população, que precisa tomar cuidados com a saúde e com meio ambiente no período de estiagem prolongada, baixa umidade e altas temperaturas. “Qualquer fagulha pode ocasionar grandes incêndios”, alertou.

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