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Meio Ambiente

Mais chuva e investimento no Pantanal derrubam queimadas em 94%

Em relação ao ano de 2020, são 19.647 focos de fogo a menos no bioma Pantanal este ano

Lucia Morel | 17/10/2022 15:20

Condições climáticas mais favoráveis, tecnologia e planejamento eficaz reduziram em 94% o número de queimadas no Pantanal em relação ao ano de 2020, quando quase 26% do território do bioma foi incendiado. A área ainda está em fase de regeneração e cerca de 17 milhões animais morreram, conforme levantamento de diversas instituições, que pode ser conferido aqui.

O presidente do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), Ângelo Rabelo avalia que a queda expressiva é fruto de um somatório de ações que, aliadas ao investimento estatal bem como privado e ainda, do componente humano, fizeram os números caírem drasticamente. Para se ter uma ideia, de 20.830 focos em 2020 até 16 de outubro daquele ano, no ano passado o total no mesmo período foi de 6.941 e este ano, de 1.183.

“Em 2020 tivemos um componente climático que não ajudou e não estávamos preparados para ele. Hoje não. Temos oito militares baseados na Serra do Amolar, o fator chuva melhorou e eu aqui, estou olhando para o Amolar de uma câmera 360º que me mostra como está a região”, comenta, citando que a tecnologia também é aliada da prevenção aos incêndios no bioma.

Para ele, houve mais chuvas este ano e também no ano passado. Mas mesmo que não fosse assim, nada justificaria não se estar preparado para uma situação semelhante à de 2020. “A atuação deve ser sempre harmônica entre o acompanhamento das condições climáticas, os recursos humanos e a fiscalização estratégica”, enumera.

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Somente o IHP, através de parceiros, já investiu R$ 4 milhões em prevenção às queimadas no Pantanal, com a instalação de câmeras de 360º que cobrem 2,5 milhões de hectares da planície (praticamente metade da área). Pelo Governo de Mato Grosso do Sul, somente na compra de aeronaves de combate ao fogo, além de veículos e embarcações  foram R$ 56 milhões aplicados. “Seguramente, o governo já deve ter ultrapassado R$ 10 milhões em investimentos”, avalia Rabelo.

O defensor do Pantanal ainda afirma que foram tiradas muitas lições do que ocorreu em 2020 e é “preciso ser humilde para assumir que não estávamos prontos e que precisamos e podemos investir mais em pessoal, tecnologia e pesquisa climática”, sustenta.

Combates – atualmente, o Corpo de Bombeiros mantém equipes em locais estratégicos e de difícil acesso no bioma. A Operação Pantanal 2022 está em “fase de prevenção”, por exemplo, nas cidades de Coxim, Aquidauana, Porto Murtinho, Bonito e ainda, em uma base avançada na Serra do Amolar.

Na avaliação da corporação, “as chuvas desse ano ajudaram na diminuição de eventos de fogo ativo na região no período mais crítico da operação” e ainda que, “as atividades de prevenção surtiram efeito, visto que as equipes em base avançada conseguiam chegar mais rápido no foco de calor quando foram acionadas”.

Área do Pantanal de Corumbá em que fica visível o fogo em andamento, área queimada e vegetação ainda verde. (Foto: Corpo de Bombeiros)
Área do Pantanal de Corumbá em que fica visível o fogo em andamento, área queimada e vegetação ainda verde. (Foto: Corpo de Bombeiros)

Além disso, os bombeiros montaram Sala de Situação que monitora 24h por dia os focos de calor ativos, o que permite maior comunicação entre os militares e os proprietários dos imóveis rurais. “O monitoramento tem por finalidade informar a real situação do local e tão logo se constate o foco de incêndio as equipes de combate são acionadas”, cita nota da corporação.

Outras ações empenhadas pelos militares foram levantamento de dados das propriedades rurais, instruções e treinamentos de brigadistas que “se mostraram cruciais para que os combates fossem mais eficazes eliminando assim os focos de calor com maior brevidade”.

“De forma resumida não somente as chuvas ajudaram na diminuição dos focos de incêndio, os trabalhos preventivos e de treinamento que se iniciaram no ano de 2020 já começam a surtir efeito bem como os decretos estaduais que proíbem as queimadas nesta época crítica do ano”, afirma a corporação.

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