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Meio Ambiente

Mesmo com lei, infestação de pombos continua e CCZ fala da melhor solução

Hospitais e escolas são os locais com maior incidência dos animais

Fernanda Palheta e Gabriel Neris | 30/07/2019 10:39
Segundo médica-veterinária, Juliana Resende Araújo, nas cidades há condições para a propagação dos pombos (Foto: Marina Pacheco)
Segundo médica-veterinária, Juliana Resende Araújo, nas cidades há condições para a propagação dos pombos (Foto: Marina Pacheco)

Desde o início do ano, está proibido manter abrigo ou alimentar pombos em Campo Grande. O prefeito Marquinhos Trad (PSD) sancionou a Lei 345/2019, que altera o Código Sanitário de Campo Grande e prevê que prédios públicos ou particulares deverão controlar a proliferação e desocupar áreas que servem de moradia para as aves. Mas a população parece perdida na forma de combater esse tipo de infestação.

Telas, estrutura metálica, colas, garrafas pets e até aves de rapina são utilizadas como forma de controle de pombos, praga urbana que atinge Campo Grande. Mas o método mais eficaz apontado pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) são as barreiras físicas que limitam o acesso e o alimento dos animais.

Segundo a médica-veterinária e chefe do serviço de controle de roedores, animais peçonhentos e sinantrópicos do CCZ, Juliana Resende Araújo, os pombos estão próximos das pessoas nas cidades porque há condições para a propagação. “Um pombo só se instala se tiver abrigo, água e alimentação”, aponta a médica-veterinária.

Hospitais e escolas são os locais com maior incidência da praga. “Isso por causa das características arquitetônicas desses locais, que facilitam o pouso desses animais. Nos hospitais as estruturas de ar condicionado se tornam um abrigo para um ninho. Já nas escolas, por exemplo, os pombos encontram alimentos com facilidade porque depois do recreio os pátios ficam cheios com sobra de comidas,”, detalha.

Para limitar o acesso dos pombos, os métodos de barreiras disponíveis são o telamento com redes de proteção e as espiculas, estruturas metálicas similares a pregos. “As telas e espiculas impedem os pombos de pousarem e terem acesso a essas a esses locais”, conta.

O uso deles, segundo a médica-veterinária dependem da análise do local. No Hospital Maria Aparecida Pedrossian, exemplo citado por Juliana, seria impossível instalar espiculas devido ao tamanho, por isso a opção indicada são as redes de proteção.

Até garrafas pets podem entrar na lista de combate. De acordo com a médica-veterinária, o material pode ser reutilizado como barreira para dificultar o pouso dos animais nas calhas.
Outra opção listada pela médica-veterinária é o uso de colas em telhados e muros, que prende os animais. Este método de controle, porém não é indicado porque acaba transformando a área em um local de contaminação.

Já as aves de rapina, como o falcão, que caçam os pombos, são opção de maior custo disponível e precisam de empresas especializadas. Utilizados na Antiga Rodoviária e do Parque Ayrton Senna, na Capital, o método diminui a população dos pombos.

Mas a médica–veterinária alerta a necessidade de um estudo. “Tem que ter um estudo da área porque o uso dessas aves tem um impacto ambiental. Aqui em Campo Grande, por exemplo, temos animais que são do pantanal e podem ser afetados”, explica.

Segundo a chefe do serviço de controle de roedores, animais peçonhentos, o uso apenas das aves de rapina não solucionam o problema. “Não adianta ter ave de rapina e os pombos continuarem a ter acesso a alimentos e acesso a esses locais”, completa.

Veneno – Para acabar com os animais transmissores de doenças, o veneno aparece como uma solução. A médica-veterinária alerta que o uso de veneno é um crime federal. Ela ainda explica que a eliminação dos pombos também pode causar problemas ambientais. “Assim como os morcegos, os pombos são animais importantes para o reflorestamento, por isso não podemos simplesmente acabar com eles”, explica.

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