Operação em MS e mais 10 estados combate redes de tráfico de animais silvestres
As fiscalizações no entanto tiveram baixo impacto por aqui, com apenas uma ave libertada
Mato Grosso do Sul integrou ontem a Operação Libertas, que mobilizou Ministérios Públicos, Polícias Ambientais e órgãos de fiscalização em 11 estados brasileiros para desarticular redes de tráfico de animais silvestres. A ação, coordenada pela Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente e pelo Ministério Público de Minas Gerais, resultou na prisão de 18 pessoas e no resgate de quase 800 animais, muitos deles ameaçados de extinção.
No Estado, as equipes do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul e da Polícia Militar Ambiental vistoriaram 35 locais em Campo Grande, Bataguaçu, Batayporã e Ivinhema. As fiscalizações no entanto tiveram baixo impacto por aqui. O resultado foi mínimo, com a apreensão de uma ave curió, emissão de cinco notificações e multa de R$ 500 aplicada a um criador irregular. Um filhote foi deixado sob a guarda do responsável, na condição de fiel depositário.
RESUMO
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A Operação Libertas, realizada em 11 estados brasileiros, resultou na prisão de 18 pessoas e no resgate de aproximadamente 800 animais silvestres, muitos em risco de extinção. A ação foi coordenada pela Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente e pelo Ministério Público de Minas Gerais. Em Mato Grosso do Sul, foram vistoriados 35 locais em quatro municípios, com resultados modestos: apreensão de uma ave curió, cinco notificações e uma multa de R$ 500. A operação nacional cumpriu 116 mandados, apreendendo armas, veículos e outros materiais relacionados ao crime.
As notificações envolveram casos como a posse de aves exóticas sem nota fiscal e a falta de comunicação de óbito de animal, situações que, embora não configurem tráfico direto, evidenciam falhas de controle e fiscalização.
O promotor de Justiça Luciano Furtado Loubet, que preside a Abrampa e coordena o Núcleo Ambiental do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), destacou o papel do Estado na operação. “A participação do MPMS mostra que Mato Grosso do Sul segue atuando na linha de frente da proteção da fauna. Essas ações integradas são fundamentais para desarticular redes criminosas que movimentam milhões e destroem a biodiversidade”, afirmou.
Em todo o país, a Operação Libertas cumpriu 116 mandados e apreendeu armas de fogo, veículos, dinheiro, celulares, documentos e gaiolas, além de identificar crimes associados, como falsificação de documentos, receptação, maus-tratos e formação de organização criminosa.
Os animais resgatados — entre eles papagaios, coleirinhos, trinca-ferros, tucanos e até quelônios e gatos de bengala — foram encaminhados a centros de reabilitação do Ibama e de órgãos estaduais, onde recebem atendimento veterinário. Os que não têm condições de retorno à natureza permanecem em criadouros conservacionistas ou zoológicos autorizados.
Para a promotora Luciana de Paula Imaculada, do MPMG, a ação representa “uma resposta contundente do Estado brasileiro à exploração criminosa da fauna, que ameaça espécies inteiras e desequilibra ecossistemas”.
A diretora-executiva da Freeland Brasil, Juliana Ferreira, reforçou que combater o tráfico de animais “é proteger também a saúde pública e a governança ambiental do país”.
A operação contou com financiamento do Escritório de Assuntos Internacionais sobre Narcóticos e Aplicação da Lei dos Estados Unidos (INL) e apoio técnico da Freeland Brasil.



