Projeto leva educação ambiental para crianças e professores no Pantanal
"Águas que Falam" quer fortalecer o vínculo das comunidades com os recursos hídricos
Pelo menos 120 professores e 285 crianças participaram das ações de educação ambiental no Pantanal, durante o primeiro semestre de 2025. As atividades fazem parte do Projeto "Águas que Falam", que no mesmo período fez o monitoramento da qualidade da água nos rios da BAP (Bacia do Alto Paraguai) e constatou poluição dos rios contaminados por fertilizantes e despejo de esgoto.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
O projeto "Águas que Falam" promoveu educação ambiental para 120 professores e 285 crianças no Pantanal durante o primeiro semestre de 2025. A iniciativa, fruto da parceria entre SOS Pantanal, Chalana Esperança e Fundação SOS Mata Atlântica, monitorou a qualidade da água na Bacia do Alto Paraguai, identificando contaminação por fertilizantes e esgoto. As atividades visam fortalecer o vínculo das comunidades com os recursos hídricos e o bioma local. Professores foram capacitados como multiplicadores, com foco em ecologia e conservação, enquanto crianças participaram de ações lúdicas, como leituras e pinturas, para sensibilizá-las sobre a importância da água e da biodiversidade. O projeto também distribuiu materiais didáticos, como o livro "Marina, a menina que escutava os rios", em escolas públicas, reforçando a conscientização ambiental.
Resultado da parceria entre SOS Pantanal, Chalana Esperança e a Fundação SOS Mata Atlântica, a iniciativa tem como objetivo fortalecer o vínculo das comunidades com os recursos hídricos e os biomas locais.
A necessidade das atividades é reforçada pelos resultados do monitoramento da qualidade da água feito pelo projeto que detectou alterações na turbidez, na concentração de oxigênio dissolvido, nitrato e fosfato. Essa deterioração pode ser resultado de fatores ambientais, sazonais ou, possivelmente, de contaminação por resíduos agrícolas ou esgoto, o que torna a água imprópria para consumo.
Capacitação de educadores
A formação de professores, como multiplicadores, foi um dos pilares do trabalho, com temas como ecologia e conservação do Pantanal. Em Corumbá, a equipe da Chalana Esperança treinou 22 professores do Instituto Acaia, focando na Escola Jatobazinho, que atende a comunidade ribeirinha. A equipe buscou a criação de sequências didáticas, usando materiais como a coleção 'Vozes do Pantanal" para abordar a conservação do bioma, os conflitos socioambientais e a valorização da fauna local.
Em Campo Grande, um workshop na Escola de Formação de Professores Mariluce Bittar contou com a participação de 31 professores da rede pública. O programa discutiu a dinâmica das águas no Pantanal, o conceito de Saúde Única (One Health) e a conservação do bioma por meio da proteção dos recursos hídricos. O evento também lançou o livro "Marina, a menina que escutava os rios", um material didático literário distribuído gratuitamente em escolas públicas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para sensibilizar alunos sobre a importância da conservação da água e da sociobiodiversidade.
Engajamento infantil
As ações com crianças beneficiaram diretamente 285 participantes na Bacia do Alto Paraguai. Na Aldeia Mãe Terra, em Miranda, 50 crianças participaram da leitura e pintura do livro "Marina, a menina que escutava os rios", buscando fortalecer o vínculo com o território, os rios e a identidade indígena. Em Alcinópolis, 150 crianças foram envolvidas em atividades que incluíram a leitura dos livros "Marina" e "Vozes do Pantanal", uso de cartas de animais e exploração de mapas hidrográficos.
A XIII Feira Socioambiental de Bonito também recebeu as atividades do projeto, atingindo cerca de 100 crianças com a leitura do livro "Marina" e integrando a arte-educação à valorização dos rios. Escolas em Chapada dos Guimarães e Porto Jofre, no Pantanal de Mato Grosso, também participaram de ações que integraram saberes tradicionais e científicos para reforçar a conscientização ambiental.