Relatório alerta para destruição de áreas úmidas e cobra prioridade na COP30
Entidades pedem que proteção de pântanos e turfeiras seja prioridade no debate para evitar colapso climático
Relatório da EJF (Environmental Justice Foundation) alerta que áreas úmidas de água doce, como o Pantanal, estão sendo destruídas rapidamente, liberando grandes quantidades de carbono e colocando em risco o equilíbrio climático global. O documento, apresentado em evento na Delegação da União Europeia no Brasil, em Brasília, reforça a necessidade de que a proteção desses ecossistemas seja prioridade na COP30, o maior evento mundial sobre mudanças climáticas, e nos planos climáticos nacionais.
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Um relatório da Environmental Justice Foundation (EJF) alerta para a rápida destruição de áreas úmidas de água doce, como o Pantanal, que liberam grandes quantidades de carbono e ameaçam o equilíbrio climático global. O documento foi apresentado em evento na Delegação da União Europeia no Brasil, em Brasília. O estudo apresenta dez recomendações, incluindo a proteção das áreas úmidas nas Contribuições Nacionalmente Determinadas e destaca que esses ecossistemas desaparecem três vezes mais rápido que as florestas. A EJF defende que a proteção desses ambientes seja prioridade na COP30, principal evento mundial sobre mudanças climáticas.
Segundo o relatório, pântanos e turfeiras, como os encontrados do Congo, Sudeste Asiático ao Pantanal, não apenas armazenam carbono, mas também regulam o fluxo de água e sustentam a biodiversidade e as comunidades locais. Globalmente, as áreas úmidas desaparecem três vezes mais rápido do que as florestas.
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Entidades - O diretor-executivo do SOS Pantanal, Leonardo Gomes, destacou que o bioma tem demonstrado ser possível conciliar conservação, bioeconomia e desenvolvimento sustentável, mas alertou para a necessidade de políticas públicas efetivas.
Para a representante-chefe da EJF no Brasil, Luciana Leite, a COP30 é uma oportunidade crucial para que o Brasil lidere pelo exemplo, já que proteger áreas úmidas é essencial para evitar o colapso climático e garantir a sobrevivência de ecossistemas que, silenciosamente, regulam o clima e sustentam comunidades locais.
Propostas - O relatório da EJF apresenta dez recomendações, incluindo a inclusão das áreas úmidas nas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), a criação de legislação para manter a conectividade hidrológica, a contabilização das emissões e restauração nos inventários nacionais e o aumento do financiamento para soluções baseadas na natureza.
O CEO da EJF, Steve Trent, alertou que cada hectare preservado contribui para manter os limites planetários seguros e que a proteção das áreas úmidas é fundamental para deter o caos climático e garantir um futuro habitável.
O evento contou com a presença da embaixadora da União Europeia no Brasil, Marian Schuegraf; do presidente do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Mauro Pires; da enviada especial da COP30, Jurema Werneck; de senadores de Mato Grosso; e de representantes de instituições como WWF-Brasil, MapBiomas e Wetlands International.
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