Além do fogo, brigadistas sofrem com pedras e longas caminhadas no Amolar
Sem veículos e com percursos de até 15 km por dia, moradores lutam para conter o incêndio
Brigadistas comunitários têm enfrentado uma rotina exaustiva para combater o fogo que atinge a Serra do Amolar, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Diariamente, eles caminham até 15 quilômetros em terreno pedregoso e íngreme para conter as chamas que avançam sobre morros e a vegetação nativa da região.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Brigadistas comunitários enfrentam desafios extremos no combate a incêndios na Serra do Amolar, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Diariamente, percorrem até 15 quilômetros em terreno acidentado, carregando equipamentos e enfrentando o calor intenso. A equipe, composta por voluntários e apoiada por organizações como a ONG Ecoa e o Prevfogo/Ibama, luta para proteger a comunidade e a vegetação nativa. Apesar do esforço, a falta de veículos e equipamentos dificulta o trabalho, deixando os brigadistas exaustos. Mesmo assim, conseguem abrir aceiros que salvam casas e animais em fuga.
O incêndio, que começou no topo da cordilheira, vem se expandindo e está sendo combatido por uma força conjunta formada pelos brigadistas voluntários, com apoio da ONG Ecoa, e por equipes do Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais) do Ibama e da Brigada Quilombo do Vale do Ribeira, de São Paulo. Em muitos trechos, o terreno acidentado, repleto de pedras e desníveis, impede até o uso de veículos.
- Leia Também
- Brasil e Bolívia traçam ações para ampliar cooperação contra incêndios
- Chuvas reduzem em 90% incêndio que atinge Serra do Amolar
À frente da Brigada Comunitária, Roberto Carlos Conceição de Arruda, o Beto, conta que os voluntários estão há dias no combate e enfrentam uma verdadeira maratona de subidas e descidas sob o sol forte.
“A gente chega cansado para combater e fazer aceiro. O transporte é só a pé. Estamos precisando de apoio, principalmente com veículos e equipamentos”, relata o brigadista.
Das sete pessoas que compõem a Brigada Comunitária, quatro são da família de Arruda: o genro e duas filhas. Uma delas é Edilaine Nogales de Arruda, que concluiu o curso de brigadista neste ano.
“Às vezes, precisamos carregar materiais nas costas por longas distâncias e já chegamos exaustos ao local do combate. Em alguns momentos, perdemos horas só para recuperar o fôlego e conseguir voltar a enfrentar o fogo”, afirma Edilaine.
Nesta quarta-feira (15), ela não seguiu para o combate. “Hoje eu não fui. Fiquei em casa com muita dor nas costas e no pulmão. Fico na cozinha e eles vão”, contou a voluntária.
Proteção - Apesar do esforço físico, os brigadistas têm conseguido proteger a comunidade, abrindo aceiros que impedem o avanço das chamas sobre as casas ribeirinhas e áreas mais sensíveis da serra. Eles também relatam cenas comoventes de animais em fuga, buscando refúgio nos aceiros e em pontos mais seguros para escapar do fogo.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.