ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
AGOSTO, QUARTA  20    CAMPO GRANDE 24º

Meio Ambiente

Universidades instalam comitê para criar Instituto de Pesquisa do Cerrado

A UFMS está entre as 24 instituições que apoiam a iniciativa e assinaram carta enviada ao governo federal

Por Ketlen Gomes | 20/08/2025 17:36
Universidades instalam comitê para criar Instituto de Pesquisa do Cerrado
O bioma Cerrado ocupa mais de 62% do território de MS, com mais de 22 milhões de hectares no Estado. (Foto: Divulgação/Semadesc)

Foi criado nesta quarta-feira (20) o Comitê Pró-Instituto Nacional do Cerrado, iniciativa que reúne 24 instituições de ensino superior, entre elas a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). O grupo articula junto ao governo federal a criação de um instituto nacional voltado para estudos e pesquisas sobre o bioma.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Um comitê formado por 24 instituições de ensino superior foi criado para articular junto ao governo federal a implementação do Instituto Nacional do Cerrado. A iniciativa, liderada pela Universidade Federal de Goiás, busca estabelecer uma entidade dedicada a estudos e pesquisas sobre o bioma.O projeto, que já conta com o apoio da ministra Luciana Santos, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, visa fortalecer a bioeconomia e integrar centros de pesquisa. Contudo, o ministério informou que restrições orçamentárias impedem, no momento, a destinação de recursos para a criação do instituto.

O evento de lançamento ocorreu na UnB (Universidade de Brasília), com a presença da reitora da UFMS, Camila Brandão. Ela destacou a urgência de iniciativas voltadas ao Cerrado, principalmente em projetos que unam universidade, governo e sociedade.

“É assim que a gente avança nosso Brasil e todas as nossas instituições, respeitando o bioma Cerrado, mas fundamentalmente trabalhando na dignidade das pessoas por meio dessa relação de respeito e integração com a natureza”, afirmou.

A mobilização começou em agosto de 2023, liderada pela UFG (Universidade Federal de Goiás). Já em março do ano passado, 24 reitores de instituições localizadas no bioma assinaram uma carta enviada ao MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) solicitando a criação do instituto. A proposta também tem apoio da UnB e da PUC-Goiás (Pontifícia Universidade Católica de Goiás).

De acordo com a UFG, a ministra Luciana Santos, do MCTI, já manifestou apoio à iniciativa em duas oportunidades, durante eventos realizados na universidade. O comitê criado nesta quarta-feira tem como objetivo conduzir o debate, mobilizar a sociedade e acompanhar as tratativas junto ao governo federal para viabilizar o projeto.

Entre as metas estão, além da criação do instituto, a contribuição para reduzir diferenças econômicas e sociais por meio do fortalecimento da bioeconomia, a busca de recursos extraorçamentários e a integração de universidades e centros de pesquisa que atuam com tecnologias relacionadas ao Cerrado.

A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, destacou que o Cerrado é um dos únicos biomas brasileiros que não possui uma entidade nos moldes do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e do Insa (Instituto Nacional do Semiárido).

“O Instituto Nacional do Cerrado é fundamental porque articula todas as instituições de ensino, pesquisa e, eventualmente, as parcerias privadas em prol da preservação e do desenvolvimento sustentável do bioma”, afirmou.

O tema também ganhou repercussão internacional. Em 2023, 45 pesquisadores de instituições de vários países assinaram e publicaram uma carta na revista Nature Ecology & Evolution, pedindo a inclusão do Cerrado nas discussões da COP 28, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O texto ressaltava a necessidade de combater o desmatamento e de reconhecer a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos prestados por biomas não florestais.

Apesar da mobilização, o MCTI informou em nota enviada ao jornal Folha de S.Paulo que, devido às restrições orçamentárias, não há possibilidade de destinar novos recursos para a criação do instituto.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.