Gato parece desapegado, mas pode esperar muito seu dono e adoecer
Muitos demonstram o problema não com festas ou euforia, mas com mudanças sutis de comportamento; saiba quais
O gato costuma ser visto como um animal insensível, autossuficiente e pouco ligado às pessoas. Mas o que poucos sabem é que essa imagem não é real. Muitos felinos criam dependência emocional dos tutores e demonstram isso não com festas ou euforia, mas com mudanças sutis de comportamento. É aí que os sinais aparecem, porém nem todo mundo percebe.
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Os gatos, frequentemente vistos como animais insensíveis e autossuficientes, podem desenvolver forte dependência emocional de seus tutores. Diferentemente dos cães, eles demonstram seu sofrimento de maneira sutil, através de mudanças comportamentais como apatia prolongada, perda de apetite e alterações nos padrões de sono. Segundo o médico-veterinário Mário Cinato, da Bourgelat, ausências prolongadas do tutor, mudanças bruscas na rotina e falta de estímulos podem desencadear estresse, ansiedade ou apatia nos felinos. Para minimizar esses impactos, recomenda-se o uso de brinquedos interativos, arranhadores e visitas de pessoas conhecidas, evitando deixá-los sozinhos por mais de 12 horas.
Quando um gato dorme mais do que o habitual e passa longos períodos apáticos, o recado é claro de que algo não vai bem. Ou seja, não é preguiça, é desmotivação. A perda de apetite segue a mesma lógica. Eles não deixam de comer sem motivo, e a recusa frequente de alimento costuma indicar estresse, insegurança ou desconforto físico. Tratar isso como “fase” é um erro comum, segundo o médico-veterinário Mário Cinato.
“Os gatos são mais independentes que os cães, porém criam vínculos fortes com seus humanos. Quando há uma ausência prolongada do dono, mudança brusca de rotina, solidão frequente e falta de estímulos, eles podem apresentar estresse, ansiedade ou apatia, que muitas vezes é chamada informalmente de ‘depressão’”, explica o clínico da Bourgelat.
Diferente de cães, que costumam externalizar desconforto, o gato sinaliza sofrimento emocional de maneira sutil, silenciosa e, muitas vezes, ignorada. Justamente por isso, observar mudanças de comportamento é a principal forma de avaliar o bem-estar emocional do animal.
“Além dos sinais comuns, como dormir demais ou ficar apático, perda do apetite, miados excessivos ou, ao contrário, ficar muito quieto, parar de brincar, se esconder com frequência e lambedura excessiva, comportamento compulsivo, também exigem atenção”.
Mudanças na vocalização dizem muito. Miados excessivos podem indicar busca por atenção, insegurança ou frustração. Já o silêncio absoluto em um gato normalmente comunicativo aponta retraimento emocional.
“Gatos sozinhos por períodos curtos não são problema. Longos períodos ou isolamento frequente podem causar sofrimento emocional, especialmente em gatos muito apegados ou que vivem sozinhos. Uma alternativa paliativa seria providenciar brinquedos interativos, arranhadores e locais altos. Janelas para observar o ambiente. Outro gato, em alguns casos, ajuda bastante. Deixar roupas com cheiro do dono”.
Além disso, visitas de algum parente ou amigo que o pet já conhece podem ajudar a minimizar esse sofrimento. O ideal seria não deixar os felinos sozinhos por mais de 12 horas.
“Quando os felinos vivem em casas, geralmente têm quintal, plantas e outros animais soltos, como pássaros e borboletas. Isso ajuda na distração deles. Se você encontrar um gato que parece depressivo ou muito abatido, é importante agir com calma e atenção, porque isso pode ser emocional, físico ou os dois juntos”.
Mário explica que é preciso levar ao veterinário o quanto antes, pois muitos sintomas considerados emocionais são, na verdade, problemas de saúde física.
“Dê segurança, não força. Não force colo ou interação. Fale baixo. Deixe ele se aproximar no tempo dele e ofereça um local quentinho e tranquilo”.



