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EpiMania

Enganação? Coaches de diferentes áreas abrem o jogo

"Só basta querer", "escreva seu destino" e muito mais; coaches são polêmicos pelos bordões motivacionais

Por Gabi Cenciarelli e Lucas Mamédio | 03/11/2024 07:50

Assista o 13º episódio do EpiMania na íntegra abaixo:

O 13º episódio do EpiMania, podcast do Campo Grande News, falou sobre os coaches e os debates que causam na sociedade. A atribuição, que pode ser traduzida no português para "treinador", é um tipo de profissão que, mesmo sem regularização legal, vem crescendo em todo o mundo. Não é necessário registro profissional para atuar como coach, mas a Federação Internacional de Coaches tem mais de 500 associados no Brasil.

De acordo com o Sebrae, coaching é um processo onde o cliente, denominado coachee, busca melhorar o desempenho para alcançar metas e objetivos por meio da assistência de um profissional, chamado de coach. Nas redes sociais, eles foram popularizados no Brasil desde os anos 2000.

Mas eles não pararam nas redes sociais. Recentemente, Pablo Marçal, que ganhou fama exercendo a profissão, se tornou político e disputou as eleições de São Paulo para prefeito. O destaque de Marçal era ampliado por situações onde usava os ensinamentos motivacionais, muitas vezes decorrentes dos coaches, como "mudar o 'mindset' da cidade", nas propostas políticas.

Com o destaque e repercussão das figuras que exercem a profissão, os anfitriões Lucas Mamédio e Gabi Cenciarelli receberam as coaches Caroline Reis, da área executiva e de negócios, e a Carla Trentin, da área de emagrecimento.

Durante a conversa, a função dos "coaches" foi bastante discutida. Por falta de uma legislação que regule a profissão, existem diversas opiniões e as polêmicas tomam conta. A primeira dúvida surge em torno da própria função de quem exerce a profissão. Para Caroline Reis, coach da área executiva e de negócios, a participação do profissional é clara.

"O coach não é uma relação de autoridade. O mentor é uma pessoa que tem uma experiência, um conhecimento, e ajuda aquela pessoa naquele tema. Então, como a relação de mentor, eu compartilho aquilo que eu sei, meio que para diminuir o caminho do outro nessa jornada", explica Carol.


Outra polêmica que envolve o assunto e veio à tona na mesa do EpiMania foi a linguagem utilizada por quem está na profissão. Nas redes sociais, é comum encontrar quem ache que o discurso motivacional usado por eles é uma enganação e promove positividade tóxica. Para a Carla Trentin, coach de emagrecimento, a situação é diferente.

"Você atende pessoas que já tentaram de tudo e são desacreditadas. Então, talvez eu tenha que falar para ela que se ela acreditar, ela vai conseguir. De alguma maneira, você tem que tocar na pessoa para ela entender que são as ações delas e as escolhas delas que vão fazer a diferença. Então, eu fui buscar o quê? Recursos e ferramentas para chegar nas pessoas. Não significa que não vai doer, que ela não vai tentar desistir. Mas eu, enquanto profissional tenho mais recursos para conversar com ela e fazer ela pensar", explica Carla.

Outro assunto debatido no episódio foi o perfil de quem procura os profissionais da área. As profissionais contam que é comum encontrar "coachees" que buscam o serviço na espera de 'milagre', e explicam que, para que o processo de desenvolvimento aconteça, é necessário um esforço mútuo, não responsabilizando sobre o coach pelos resultados.

"É que é fácil capitalizar na dor dos outros. Então quem tem o mínimo de escuta, de empatia, pode se aproveitar, mas a profissão não é isso. É um processo de escuta, de se esvaziar e facilitar que o outro chegue no objetivo, seja ele qual for", diz Caroline Reis.

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