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Política

Acordo em 24 parcelas suspende ação da Coffee Break contra senador

Nelsinho Trad afirma que é direito de qualquer cidadão encerrar um processo

Aline dos Santos | 03/02/2022 11:44
Nelson Trad Filho foi denunciado na Operação Coffee Break. (Foto: Pedro França/Agência Senado)
Nelson Trad Filho foi denunciado na Operação Coffee Break. (Foto: Pedro França/Agência Senado)

Acordo de R$ 50 mil, valor parcelado em 24 vezes de R$ 2.083,33, suspendeu o processo criminal da Coffee Break para o senador Nelson Trad Filho (PSD). A proposta de suspensão condicional do processo pelo período de dois anos partiu do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

A promotoria propôs o valor, o prazo de parcelamento, comparecimento em juízo a cada quatro meses e não mudar de endereço sem comunicar à Justiça. Os termos foram aceitos pelo ex-prefeito de Campo Grande em audiência na 6ª Vara Criminal, realizada em 21 de maio do ano passado pelo juiz Márcio Alexandre Wust.

A suspensão condicional de processo por dois a quatro anos é prevista na Lei 9.099/95. Após o prazo, caso o benefício não seja revogado, o juiz declarará extinta a punição. A suspensão é aplicada quando a pena mínima for igual ou inferior a um ano. A medida é aplicável desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime na área criminal. As condenações contra o senador são na esfera cível.

O benefício também foi aceito por Raimundo Nonato de Carvalho, um dos autores do pedido de impeachment do prefeito Alcides Bernal (PP) em 2013. O senador e Raimundo foram denunciados por associação criminosa. Neste grupo, estão os acusados de organizar e planejar as ações para que o esquema de cassação de Bernal desse certo.

O MPMS denunciou outro grupo por corrupção: vereadores acusados de receber para votar pela cassação do prefeito.

Conforme a assessoria de imprensa de Nelson Trad Filho, a medida trata-se de um direito de qualquer cidadão de encerrar um processo. “O desgaste do transcurso processual muitas vezes é maior do que propriamente a convicção da vitória no resultado final dele. Por ponderações de nossa defesa jurídica, orientamos o cliente a encerrar esse processo”, informa o advogado Kohl Junior.

Nelson Trad filho aceitou proposta do MPMS e vai pagar 24 parcelas de R$ 2.083. (Foto: Direto das Ruas)
Nelson Trad filho aceitou proposta do MPMS e vai pagar 24 parcelas de R$ 2.083. (Foto: Direto das Ruas)

Calendário – A Justiça abre em 22 de março a etapa de audiências da Coffee Break criminal.

A lista dos réus tem André Puccinelli (ex-governador e pré-candidato ao governo), Carlos Augusto Borges (presidente da Câmara Municipal de Campo Grande), João Roberto Baird (empresário conhecido como “Bill Gates Pantaneiro” pelas empresas de informática), Andre Luiz Scaff (ex-procurador municipal), Edil Afonso Albuquerque (ex-vereador), Edson Kiyoshi Shimabukuro (ex-vereador), Eduardo Pereira Romero (ex-vereador), Flávio César Mendes de Oliveira (ex-vereador), Gilmar Antunes Olarte (ex-prefeito e atualmente preso), Gilmar Nery de Souza (vereador).

Além de Jamal Mohamed Salem (ex-vereador), João Batista da Rocha (vereador), José Airton Saraiva (ex-vereador), Mário César Oliveira da Fonseca (ex-vereador), Otávio Augusto Trad Martins (vereador) e Waldecy Batista Nunes (ex-vereador).

A Coffee Break, realizada em 25 de agosto de 2015 pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), também tem denúncia por improbidade. A sentença deve ser publicada no segundo semestre de 2022.

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