Apesar de alta, taxa de abstenção é comum na história de eleições no País
Mais de 420 mil eleitores sul-mato-grossenses, o que equivale a 23,13% do colégio eleitoral do Estado, não compareceram às urnas no último domingo. Em todo o país, este número ultrapassou 30 milhões de pessoas, 21,10% do total.
“Não chega a ser um número alarmante. Claro que fica parecendo maior porque o eleitorado tem crescido o em número, mas desde 1989 a taxa de abstenção tem se mantido estável”, revela o sociólogo Paulo Cabral.
Ele revela que em 1989, a primeira eleição direta para Presidência da República, o número de abstenção no segundo turno foi de 14,4%, em um universo de 82 milhões de eleitores na época. De acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o colégio eleitoral brasileiro ultrapassa a marca de 142 milhões de pessoas.
“Há um desencanto com a política. E uma certa parcela da população não se sente representada. O próprio espetáculo proporcionado pela classe política, com as questões de corrupção, de advogarem em causa própria, isso em todos os partidos e em todos os níveis, acaba fazendo que muita gente conclua que é melhor não votar”, afirma Paulo Cabral.
O próprio presidente do TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul), desembargador João Maria Lós, criticou o que classificou como “baixo nível do debate” entre os candidatos que disputaram o pleito este ano. Para o magistrado, isto contribuiu para a taxa de abstenção.
O Campo Grande News foi às ruas e ouviu opiniões diferentes sobre os motivos que distanciaram as pessoas. Não há consenso nem mesmo na obrigatoriedade de participação do eleitor no sufrágio universal. “Não tem cabimento em pleno século 21 o voto ser obrigatório”, finaliza o sociólogo.