Com PT de um lado e PL do outro, vereadores reorganizam gabinetes na Câmara
Definição foi feita sem sorteio ou briga; veteranos tiveram prioridade na escolha
As folhas de papel com nome dos vereadores, coladas com adesivos nas portas, mostram que é período de mudança na Câmara Municipal de Campo Grande. Depois da posse e eleição da Mesa Diretora, os parlamentares começaram a organizar os gabinetes: os novos se instalando e os veteranos escolhendo as melhores opções.
RESUMO
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A mudança de gabinetes na Câmara Municipal de Campo Grande após a posse e eleição da Mesa Diretora refletiu o cenário político local. Vereadores veteranos priorizaram a escolha, com "negociações" ocorrendo antes mesmo da posse dos recém-eleitos. O gabinete mais cobiçado foi herdado por Silvio Pitu (PSDB), enquanto o presidente Papy (PSDB) cedeu seu gabinete para Ana Portela (PL). A localização dos gabinetes também espelhou a divisão partidária, com aglomerações de vereadores do PT e do PL. Apesar da disputa por melhores espaços, alguns vereadores, como Flávio Cabo Almi (PSDB), optaram por não participar da escolha.
Na dança das cadeiras interna, a divisão refletiu o posicionamento político dos vereadores com PT de um lado e PL de outro.
Sem sorteio ou briga, as “negociações” pelos melhores gabinetes começou no final da última legislatura. A única regra é que os veteranos têm prioridade e os que estavam em gabinetes menores ou em determinada localização poderiam escolher antes da chegada dos recém eleitos.
Seguindo essa regra, o vereador Silvio Eduardo Alves Pena, o Silvio Pitu (PSDB) “herdou” o gabinete mais cobiçado, que foi do ex-vereador William Maksoud (PSDB). O espaço do tucano tem recepção, sala com computadores para os servidores, sala do chefe de gabinete, um espaço para reunião e a sala do vereador.
Na última sessão de 2024, o tucano, que deixou a Câmara, brincou dizendo que 20 parlamentares queriam seu gabinete, quase teve briga porque um colega até tentou se mudar antes de ele encerrar o mandato. “Landmark, Coringa, Wilson Lands, Riverton, Jean Ferreira foi lá. Mas minha prioridade é para um vereador do PSDB”, justificou Maksoud.
Ao assumir a presidência, o vereador Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), liberou seu gabinete e já escolheu quem iria ocupá-lo: a vereadora Ana Portela (PL). “Não vou deixar esses marmanjos lá no gabinete. Ele é tudo arrumadinho. Então, acho que a Ana vai poder cuidar melhor”, disse.
Além de espaçoso, o gabinete é o único que não passou pela reforma que padronizou os espaços destinados aos vereadores na Câmara e tem papel de parede e até piso diferente.
A vereadora Ana Portela contou que, antes mesmo de pensar na mudança, foi informada que Papy queria transferir o gabinete. “Eu não olhei nenhum outro gabinete. Acredito que por ser mulher, ele me escolheu. Acho que ele tem um carinho imenso por esse gabinete, ele falou pra mim que foi a própria mãe dele que montou e eu estou muito feliz por ele ter me escolhido para poder tomar a conta e ficar à frente do gabinete dele nos próximos quatro anos, no qual eu vou cuidar com muito carinho”, afirmou.
A parlamentar do PL planeja uma pequena reforma para deixar o lugar com a sua cara, entre as mudanças, deve trocar o papel de parede, aumentar a altura da mesa e colocar uma foto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na mesma ala da Câmara estão os gabinetes dos outros dois parlamentares da bancada do PL, André Salineiro (PL) e Rafael Taveres (PL). A escolha foi feita para facilitar as articulações políticas entre os correligionários.
No lado oposto do corredor se concentraram os três vereadores do PT: Luiza Ribeiro, que não mudou, Jean Ferreira (PT), que herdou o com o gabinete do ex-vereador Ayrton Araújo (PT), e um pouco mais próximo ao corredor principal ficou o vereador Landmark Ferreira Rios (PT).
Em uma das posições mais desprivilegiadas, “na esquina” do corredor ficou o gabinete do vereador Marquinhos Trad (PDT). O local era ocupado pelo vereador Riverton Francisco de Souza, que pôde escolher um dos gabinetes deixados pelos não eleitos.
Apesar da busca para garantir os melhores lugares, teve parlamentar que não entrou na disputa. Para o vereador Flavio Pereira Moura, o Flávio Cabo Almi (PSDB), todo gabinete disponível era bom. “Eu deixei para a Câmara escolher por ser novo na Casa. Os antigos teriam direito e eu não fiz muita questão. Eu fui bem tranquilo quanto a isso, até porque o gabinete ali na casa são todos bons, confortáveis, todos padrões”, disse.
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