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Política

CPI suspeita que 93% dos investimentos da JBS foram só maquiagem

Comissão avalia o termo de acordo firmado com a empresa em 2016

Leonardo Rocha | 18/08/2017 13:38
Deputados que integram a CPI, durante reunião na Assembleia (Foto: Victor Chileno/ALMS)
Deputados que integram a CPI, durante reunião na Assembleia (Foto: Victor Chileno/ALMS)

A CPI da JBS apura se 93% dos investimentos que a empresa deveria ter feito em 8 unidades de Mato Grosso do Sul, que chegam a R$ 265 milhões, foram comprovados por meio de notas fiscais frias e fictícias. A suspeita é porque se tratam de transferência de ativos, que não têm carimbos de postos fiscais.

Estes investimentos estavam previsto no termo de acordo firmado com o governo estadual, no ano de 2016, que foi concedido o crédito (incentivo fiscal) de R$ 99 milhões a empresa.O presidente da CPI, o deputado Paulo Corrêa (PR) relatou que os investimentos serão comprovados, por meio das inspeção nas oito unidades.

"Existem indícios que são notas frias, fictícias, podendo estes aparelhos nunca terem chegado aqui", disse o presidente, que adiantou que por isso é importante as visitas nas unidades de Campo Grande, Naviraí, Coxim, Nova Andradina, Anastácio e Cassilândia.

A primeira inspeção deveria ter sido feito em Ponta Porã, na última quarta-feira (16), no entanto um dia antes, a própria empresa admitiu que não tinha feito os investimentos na unidade, que chegariam a R$ 15 milhões. "Já foi réu confesso nesta primeira, então temos que ir nas outras sete (unidades) para saber se vai se repetir esta situação".

Ao todo foram emitidas 975 notas fiscais para as oito unidades, sendo 503 (notas) de transferência, que representam 93% dos recursos previstos (R$ 265 milhões), enquanto que as outras 472 (notas) foram de compras (ativos e equipamentos), mas chegam apenas a R$ 20 milhões, totalizando R$ 285 milhões.

Na unidade de Ponta Porã, por exemplo, a empresa emitiu 266 notas, sendo 221 em processos de transferência, que correspondiam a R$ 14,95 milhões (investimentos), dos R$ 15,2 milhões previstos. A próxima visita será quarta-feira (23), nas duas unidades de Campo Grande, que juntas deveria ter sido investidos R$ 120 milhões.

A CPI já enviou ofício para o MPF (Ministério Público Federal), questionando se no acordo de leniência firmado com a JBS, no valor de R$ 10,3 bilhões, prevê ressarcimento aos estados, em caso de prejuízos e irregularidades nas unidades.

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