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Política

Divergências entre membros da CPI do Transporte geram relatórios paralelos

Vereadores criticam omissão sobre superlotação e defendem intervenção direta no Consórcio Guaicurus

Por Ketlen Gomes e Mylena Fraiha | 12/09/2025 14:24
Divergências entre membros da CPI do Transporte geram relatórios paralelos
Vereadora Ana Portela expõe o relatório oficial da CPI do Transporte Público na Capital. (Foto: Marcos Maluf)

Foi apresentado na manhã desta sexta-feira (12) o relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Transporte Coletivo em Campo Grande. A relatora, vereadora Ana Portela (PL), apresentou o documento elaborado a partir de pontos de consenso entre os parlamentares. Mesmo assim, vereadores ressaltaram que alguns aspectos relevantes ficaram de fora.

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O relatório final da CPI do Transporte Coletivo em Campo Grande foi aprovado por unanimidade, apesar das divergências entre os vereadores. A relatora Ana Portela apresentou um documento baseado em pontos de consenso, embora alguns parlamentares tenham apontado ausências importantes. Entre as principais discordâncias estavam a citação nominal de ex-diretores do Consórcio Guaicurus, questões sobre a idade média da frota e superlotação dos ônibus. Apesar das diferentes visões, o relatório oficial será encaminhado ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul, acompanhado dos documentos individuais elaborados pelos vereadores.

O presidente da comissão, vereador Lívio Viana (União Brasil), destacou a dificuldade para chegar a um acordo, já que cada integrante tinha posicionamentos diferentes. O parlamentar, por exemplo, fez apontamentos em 150 páginas, mas nem tudo foi incluído no relatório final.

“Eu defendia, com base nas análises da nossa assessoria, que determinados pontos deveriam constar, assim como defendiam a vereadora Luiza, o vereador Maicon e outros. Já em outros itens, entendíamos que não deveriam ser incluídos, por falta de evidências suficientes, o que poderia nos levar a erro. Esse foi o grande conflito das reuniões, muitas vezes com discussões acaloradas”, relatou.

Divergências entre membros da CPI do Transporte geram relatórios paralelos
Vereador Livio Viana relata que fez um levantamento de 150 páginas que nem tudo entrou no relatório oficial. (Foto: Marcos Maluf)

Entre as divergências, Lívio citou a proposta do vereador Maicon Nogueira (PP) de citar nominalmente João Rezende, ex-diretor-presidente do Consórcio Guaicurus. A maioria, no entanto, preferiu indicar todos os diretores de forma geral. O presidente da CPI afirmou ainda que focou sua análise em questões contábeis e na atuação da Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos), que, segundo ele, deixou de incluir propostas para o desenvolvimento da mobilidade urbana, como obras complementares, terminais e corredores de ônibus.

A vereadora Luiza Ribeiro (PT) também elaborou um relatório paralelo em que critica a falta de atenção à idade média da frota e à superlotação, que, na avaliação dela, são problemas graves.

“Nós apuramos, por exemplo, a rota para Anhanduí. Pode parecer menor, mas é muito grave. São quase 10 viagens diárias em que passageiros seguem em pé por uma rodovia de mais de 60 quilômetros, onde a velocidade mínima é de 110 km/h. Os ônibus são precários, envelhecidos e, até agora, só Deus tem protegido as pessoas. Isso configura conduta criminosa porque expõe reiteradamente vidas ao perigo”, destacou.

Divergências entre membros da CPI do Transporte geram relatórios paralelos
Vereadora Luiza Ribeiro queria mais atenção a idade da frota de ônibus e superlotações. (Foto: Marcos Maluf)

O vereador Maicon Nogueira, por sua vez, vai apresentar na sessão da próxima terça-feira (15) um relatório próprio, no qual trata da nomeação de diretores do consórcio e critica a proposta da câmara arbitral, prevista no relatório oficial. Ele não assinou o documento final, embora reconheça que várias considerações foram contempladas.

“Eu não concordo com a sugestão da câmara arbitral. Considero uma medida de pouco efeito no curto prazo. No relatório que criei, defendo uma intervenção imediata por parte do Executivo no consórcio. É um ato legal e administrativo que cabe exclusivamente ao poder concedente”, afirmou.

Apesar das divergências, os vereadores aprovaram por unanimidade o relatório final da comissão. Os documentos individuais elaborados por alguns parlamentares seguirão anexados, mas apenas o oficial será encaminhado ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

“Existem pontos defendidos por Luiza, por Maicon e por mim que não foram consenso entre todos nós em nossas reuniões fechadas. Por isso, para que todos os pontos de vista estejam presentes, consolidamos um relatório único e oficial, acrescido dos apontamentos dos vereadores”, concluiu Lívio.

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