Em meio à greve, Papy cobra Prefeitura e Consórcio e defende plano de mobilidade
Em nota, presidente da Câmara pede prestação de contas e cumprimento de obrigações de ambos os lados

Com milhares de passageiros afetados pela greve geral dos motoristas do transporte coletivo nesta segunda-feira (15), o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), publicou uma nota oficial onde cobra providências tanto da Prefeitura quanto do Consórcio Guaicurus. No posicionamento, o parlamentar destacou que o Legislativo tem avançado na discussão de um plano municipal para o transporte público.
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Em nota, o presidente da Câmara afirma que acompanha a paralisação e reforça que “sempre atuou com responsabilidade diante dos problemas do setor”, citando como exemplo a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Transporte. A comissão apontou falhas e apresentou encaminhamentos que devem ser cumpridos pelo Executivo.
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Papy também destacou o avanço do Plano Municipal de Mobilidade Urbana, classificando-o como “instrumento fundamental para dar previsibilidade e regras claras ao sistema”. De acordo com a nota, a proposta busca soluções estruturais para evitar que paralisações como a desta segunda-feira “provoquem impactos severos na rotina da cidade”.
Segundo a assessoria da Casa, o projeto está “tramitando para conhecimento das comissões antes de ir a plenário”. Ainda não há data definida para a votação. No entanto, as atividades legislativas da Câmara neste ano se encerram na próxima quinta-feira (18), o que pode adiar a apreciação do plano.
O posicionamento da Câmara cobra ainda que o Consórcio Guaicurus cumpra suas obrigações trabalhistas com os funcionários e solicita que o sindicato da categoria respeite a decisão judicial que determina a manutenção de 70% da frota durante a greve. O texto também pede que a Prefeitura de Campo Grande preste contas à população e cumpra o contrato firmado com a concessionária.
“A Câmara Municipal reafirma sua autonomia e independência institucional, atuando ao lado da população e exercendo, de forma permanente, o papel fiscalizador que lhe foi confiado”, diz outro trecho da nota. O líder do Legislativo afirmou que “seguirá vigilante” e que poderá acionar o Ministério Público Estadual, o Ministério Público do Trabalho, o Judiciário e o Executivo sempre que necessário para preservar o interesse público.
Rompimento contratual - Mais cedo, vereadores que integraram a CPI do Transporte defenderam o rompimento da concessão do serviço, que completa 13 anos em 2025, diante dos atrasos recorrentes no pagamento de salários e benefícios aos trabalhadores e das falhas estruturais no sistema.
O vereador Maicon Nogueira (PP-MS) afirmou que não há mais condições de manter o contrato. Ele criticou a inércia do Executivo e defendeu que a solução seria a intervenção da prefeitura e o rompimento do contrato. “Não se negocia com uma máfia. Precisam ter coragem para romper esse contrato, começando por uma intervenção,” disse.
A vereadora Luiza Ribeiro (PT) também atribuiu responsabilidade tanto ao poder público quanto à concessionária e defendeu que a empresa devolva a concessão, com a retomada temporária do serviço pela prefeitura até uma nova licitação.
Questionado sobre o assunto, Papy reafirmou sua posição desde o final da CPI, realizada em setembro, com a entrega do relatório final elaborado pela vereadora Ana Portela (PL).“Sou a favor do que o relatório da CPI apresentou. Primeiramente, a opção pela arbitragem. Se não der certo, a intervenção e a caducidade. Está muito claro pelo que foi apresentado no relatório”, disse ao Campo Grande News.
Por outro lado, apesar de admitir que o Consórcio Guaicurus não tem prestado um serviço de qualidade e que os atrasos salariais são recorrentes, a Prefeitura de Campo Grande informou que, por ora, não pretende romper o contrato da concessão nem assumir a gestão do transporte público da Capital.
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