Em Nioaque, preparação para receber Bolsonaro tem aviso sobre salva de tiros
Exército emitiu alerta de que as janelas de casas e carros devem ficar abertas para disparos em homenagem ao presidente
A vida está diferente nesta terça-feira (18) em Nioaque, município de 15,6 mil habitantes a 179 km de Campo Grande, onde o clima é de expectativa por receber a visita do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). É a segunda vez que ele vai à cidade desde 2017, quando assistiu a encenação do episódio da Retirada da Laguna, mas agora é como chefe máximo da Nação, voltando ao lugar onde serviu o Exército por 3 anos, entre 1979 e 1981.
À espera de Bolsonaro, a movimentação é intensa, com ruas fechadas no entorno do quartel onde o presidente tem visita prevista nesta tarde. Os moradores foram, inclusive, avisados sobre uma providência envolvendo a segurança: como haverá salva de tiros de canhão, a recomendação divulgada pelo Exército é para que deixem janelas das casas e comércios abertas e também dos carros. O aviso também pede que alarmes sejam desligados.
“Dessa forma, evitam-se a quebra dos vidros e o disparo indesejado de alarmes automotivos”, alerta o texto distribuído na cidade, com a assinatura do comandante do 9º Grupo de Artilharia de Campanha, coronel Peter Melo Silva.
A salva de tiros é protocolo em cerimonial das Forças Armadas. Segundo a explicação, chama-se “salva de gala”, que consiste no disparo de vinte e um tiros de festim de obuseiros 105mm, os populares canhões.
Bloqueio - A interdição de vias começou às 2h e vai até às 19h, no trecho entre as esquinas da Rua Antônio João e a Avenida Visconde de Taunay, além da Avenida Visconde de Taunay, no espaço entre o 9º GAC e o cruzamento com a Rua Treze de Maio.
Por ali, é intenso o movimento de militares fortemente armados. A reportagem presenciou, também, o reforço de policiais militares em motocicletas. Tudo isso para o controle dos acessos ao quartel em razão da vinda do presidente.
Entre os que são fãs do ex-morador da cidade, há o clima de frustração por não poder chegar perto do presidente. Tem gente que foi de Campo Grande para a ocasião.
Vanda Sguizardi, 60, comerciante, é uma delas. A família mora na cidade e ela tinha a esperança de dar um abraço e tirar uma foto com o Bolsonaro. Mesmo com pouca esperança de concretizar a vontade, vai ficar até a tarde.
Também de Campo Vilma Retucci, 59, funcionária pública, é outra que manifestou chateação por não poder chegar perto da comitiva presidencial.
A reportagem conversou com mais três moradoras, entre elas uma menina de 12 anos, todas fãs do chefe do Executivo, que gostariam de vê-lo mais de perto.
Na entrada da cidade, Bolsonaro vai ser recebido por outdoor colocado estrategicamente ao fundo do monumento dos dissonauros, em alusão ao fato de terem sido identificadas na cidade pegadas de animais pré-históricos.