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Política

Ex-secretário de Zeca, Paulo Bernardo é solto em SP e reclama de prisão

Elaine Patricia Cruz, da Agência Brasil | 29/06/2016 23:57
Paulo Bernardo, ex-ministro do governo PT, preso semana passada pela Lava Jato. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Paulo Bernardo, ex-ministro do governo PT, preso semana passada pela Lava Jato. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ex-ministro do Planejamento, Paulo Bernardo - que também foi secretário de Fazenda em Mato Grosso do Sul durante a gestão de Zeca do PT -, deixou nesta quarta-feira (29), por volta de 21h30 (horário de MS), a sede da Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo, onde estava preso desde quinta-feira (23).

Ao sair, o ex-ministro deu uma entrevista em que disse considerar que sua prisão não foi necessária. Paulo Bernardo disse a jornalistas que é inocente e que estava “constrangido”. “Acho que foi para isso que eu vim para cá”, disse.

“Quero dizer que sou inocente. Isso vai ficar demonstrado. Acho que essa prisão não era necessária porque eu estava em local determinado, absolutamente encontrável, me coloquei à disposição da Justiça várias vezes. Mandei petições para o juiz, Ministério Público e advogados me colocando à disposição para depor e, durante dez meses, não fui chamado. Portanto, não vi nenhum motivo para isso [para a prisão]. Felizmente o ministro Toffoli, do Supremo, teve o mesmo entendimento”, disse.

De acordo com a investigação, o ex-ministro recebia recursos de um esquema de fraudes no contrato para gestão de empréstimos consignados no Ministério do Planejamento.

Os serviços da Consist Software, contratada para gerir o crédito consignado de servidores públicos federais, eram custeados por uma cobrança de cerca de R$ 1 de cada um dos funcionários públicos que solicitavam o empréstimo. Desse montante, 70% eram desviados para empresas de fachada até chegar aos destinatários, entre eles o ex-ministro.

Em entrevista hoje o ex-ministro negou que tenha recebido recursos para despesas pessoais. “Isso não procede. Não tem o menor cabimento. Minhas despesas pessoais são pagas com meu salário. Me parece que as acusações são todas baseadas nas delações do senhor Alexandre Romano e, em parte, no meu caso, do senador Delcídio do Amaral que disse uma série de generalidades”, disse. “Com certeza vai haver discussão sobre essas delações. Me parece que houve muita manipulação nisso aí”.

Paulo Bernardo disse ainda que o Ministério do Planejamento não tem nenhum contrato com a Consist. “A Consist foi contratada pela associação de bancos e pelo Sindicato das Entidades de Previdência Complementar, portanto, esse contrato é estranho. Não tem nada a ver com o Ministério do Planejamento. Em nenhum momento houve contrato entre o [Ministério do] Planejamento e a Consist”, disse. “Quem quiser esclarecer isso deve falar com os bancos e com essas entidades. Como é que foram esses contratos? Não temos a menor ideia porque não foram contratados pelo Ministério do Planejamento”, disse.

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