Ganhando 13x mais que média de MS, bancada federal consome R$ 1,4 milhão ao mês

Os oito deputados federais de Mato Grosso do Sul custam, por mês, cerca de R$ 1,4 milhão aos cofres públicos em salários de assessores e uso da cota parlamentar. Só em verbas de gabinete, o valor mensal chega a R$ 1 milhão, montante destinado à contratação de até 25 secretários por parlamentar. A cota para atividade parlamentar, usada para despesas como passagens aéreas, aluguel de veículos e divulgação, soma outros R$ 390 mil mensais.
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Os oito deputados federais de Mato Grosso do Sul geram custos mensais de aproximadamente R$ 1,4 milhão aos cofres públicos, considerando salários de assessores e uso da cota parlamentar. A verba de gabinete mensal alcança R$ 1 milhão, permitindo a contratação de até 25 secretários por parlamentar, enquanto a cota para atividades parlamentares soma R$ 390 mil. Com salário individual de R$ 46.366,19, valor 20 vezes superior à média salarial do trabalhador sul-mato-grossense de R$ 2,3 mil, os parlamentares dispõem de R$ 133.170,54 mensais em verba de gabinete. No primeiro semestre de 2023, consumiram R$ 3,9 milhões em verbas de gabinete e R$ 1,88 milhão em cotas parlamentares.
Mas o grande privilégio está nas contas pessoais. Deputados federais recebem o salário limpo, porque todas as contas em Brasília são pagas pelo contribuinte, da casa, ao transporte. Quem não ganha apartamento funcional, por exemplo, recebe vale moradia de R$ 4.253 mensais.
Com todos esses custos cobertos, o salário individual dos deputados, de R$ 46.366,19, nem precisa ser mexido. O valor é 13 vezes maior que a média do trabalhador sul-mato-grossense, que segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é de R$ 3,390 mil.
Cada parlamentar tem direito a R$ 133.170,54 mensais em verba de gabinete.Os encargos trabalhistas dos assessores – como 13º, férias e auxílio-alimentação – são pagos à parte pela Câmara. Já a Ceap (Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar) cobre gastos diretamente ligados ao mandato.
Bem diferente de um trabalhador convencional, da conta de celular a diarista, tudo pode ser pago com essa verba. Gasolina que abastece carros e qualquer passagem aérea também pode entrar na prestação de contas como valores gastos por conta da função.
Ranking - De janeiro a junho deste ano, os oito representantes do Estado – Geraldo Resende (PSDB), Dagoberto Nogueira (PSDB), Camila Jara (PT), Beto Pereira (PSDB), Marcos Pollon (PL), Vander Loubet (PT), Rodolfo Nogueira (PL) e Luiz Ovando (PP) – consumiram R$ 3,9 milhões em verbas de gabinete e R$ 1,88 milhão em cotas parlamentares.
Geraldo Resende lidera a lista dos que mais usaram a cota neste ano, com R$ 261.817,15, sendo R$ 127 mil só com publicidade. Ele e Luiz Ovando não utilizam os apartamentos funcionais da Câmara, mas recebem R$ 4.253 mensais de auxílio-moradia.
Dagoberto Nogueira aparece em segundo, com R$ 260.652,25 em gastos na Ceap. Boa parte foi para divulgação da atividade parlamentar (R$ 93,6 mil) e aluguel de veículos (R$ 61,2 mil). Também chama atenção o desembolso de R$ 9.455,16 com segurança privada e quase R$ 9 mil em telefonia.
Na ponta oposta, com menor uso da cota parlamentar, estão Rodolfo Nogueira (R$ 206.953,36) e Luiz Ovando (R$ 196.003,63), ainda assim com valores altos para divulgação e locação de veículos.
No ano passado, o total de recursos usados pelos deputados federais de MS chegou a R$ 4,3 milhões em cotas parlamentares e R$ 10,3 milhões em verbas de gabinete.
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