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Política

Marquinhos critica greve dos médicos e diz que 'os radicais são eles'

Nyelder Rodrigues | 27/06/2017 22:51

Mesmo notificados pela Justiça a não entrarem em greve, sob pena de multa diária de R$ 10 mil, os médicos da prefeitura de Campo Grande prosseguem com a paralisação e, por isso, foram alvo de crítica do prefeito Marquinhos Trad (PSD) nesta terça-feira (27), em entrevista após a assinatura da lei do piso salarial da Guarda Municipal.

"Vai da consciência do presidente do sindicato", disparou o prefeito, ao falar sobre a motivação da greve, completando acreditar que "os radicais da história não está sendo a prefeitura, estão sendo eles [médicos]".

A prefeitura foi a Justiça para barrar a greve, conseguindo decisão favorável. Porém, a mesma não foi respeitada e os médicos seguiram com o protesto. O Executivo alega que a paralisação é ilegal, já que não foram esgotadas todas as possibilidades de negociação. Agora, a prefeitura vai pedir aumento para R$ 100 mil da multa.

"Não tem como dar 27,5% de reajuste, e nem seria justo com as demais categorias. Por quê forneceríamos reposição de três anos somente para os médicos e não para os demais? Ou se concede isonomicamente ou não se concede para ninguém", frisa o prefeito, ao destacar a impossibilidade atender o índice pedido pelos médicos.

Caso o reajuste pedido seja aceito, a prefeitura terá um impacto de R$ 5 milhões por mês, ou seja, R$ 60 milhões por ano, fato que colocaria a prefeitura em situação, segundo Marquinhos, de insolvência - quando as despesas se tornam tantas que não há dinheiro suficiente para pagar todas as contas.

"Não estamos negando de dialogar, apenas fizemos as medidas necessárias e buscamos a Justiça, que viu não haver motivo para a greve porque as negociações não estavam encerradas", finaliza o chefe do Executivo municipal.

Outros assuntos - Trad também comentou sobre outros assuntos, como o Plano Diretor, derrubada de veto da Câmara e a LDO. "Vamos acatar os resultados dos técnicos e da população. Vamos percorrer todas regiões e juntamente com a sociedade construir um novo Plano Diretor para a cidade", comenta Trad.

No caso, ele respondia a questionamento sobre a adoção de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) progressivo para evitar os problemas de vazios urbanos em Campo Grande. Várias reuniões serão realizadas nos bairros e Centro.

As decisões sobre o futuro do tributo e do Plano Diretor estão sob análise de técnicos da Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano), Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) e UFMS (Universidade Federal de mato Grosso do Sul).

Já sobre a derrubada do veto total da prefeitura, pela Câmara Municipal, ao projeto que institui a semana de valorização do patrimônio cultural, Marquinhos afirma que "democracia é isso, tem que saber respeitar. A partir do momento que analisam de maneira diferente da nossa, temos que saber acatar e respeitar".

Quanto à LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que prevê receita menor para o próximo ano ainda será votada, o prefeito frisa esperar que o Executivo não sofra dificuldades. "Espero que o Brasil recupere a força econômica, porque tudo gira em Brasília (DF). A partir do momento que lá for bem, os estados e municípios vão bem", diz Marquinhos.

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