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Política

Para deputado, ação contra aumento do IPTU não pode ficar para fevereiro

Kleber Clajus | 19/01/2014 15:52
Deputado cobra ação rápida da Câmara, mesmo no recesso, sobre aumento acima da inflação do IPTU na Capital (Foto: Divulgação)
Deputado cobra ação rápida da Câmara, mesmo no recesso, sobre aumento acima da inflação do IPTU na Capital (Foto: Divulgação)

O deputado estadual Pedro Kemp (PT) não quer que a Câmara Municipal de Campo Grande aguarde até fevereiro para entrar com ação na Justiça contra aumento acima da inflação do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) na Capital. Já aplicado nos carnês do tributo, a medida decretada pelo prefeito Alcides Bernal (PP) reajusta em 5,93% o valor a ser pago, mas há casos em que o aumento supera 400%, em relação ao ano passado.

“Concordo com a tese de que aumentos acima da inflação não podem ser aprovados por decreto, mas me preocupa entrar com o processo na Justiça só em fevereiro, quando a Câmara retorna do recesso. O IPTU vence no dia 10/02 e se a ação demorar, como faremos?”, questiona Kemp.

Para o petista, o fato de Bernal agir por decreto colocou em risco a discussão do reajuste. Ele mesmo se recorda dos dois mandatos em que foi vereador na Capital, em que o IPTU era aprovado por meio de lei amplamente discutida e aprovada pela Casa de Leis.

“Este é um importante questionamento que merece uma solução antes de vencer a primeira parcela, porque depois que as pessoas pagarem será difícil ressarcir”, ressalta o deputado que se surpreendeu com o valor do próprio IPTU. “Fiz os cálculos e o meu está acima da inflação, que fechou em 5,91%, com diferença entre 12 e 13%”.

Questionado se teria entrado em contato com um dos cinco vereadores da bancada do PT na Câmara, Kemp disse que não o fez ainda, mas recorreu ao Facebook para que “algum vereador possa ver e se sentir motivado a abrir o questionamento”.

Ação judicial – Na última sexta-feira (17), vereadores se posicionaram contrários ao aumento do IPTU em Campo Grande. Contudo, uma ação mais concreta era apontada apenas para o fim do recesso parlamentar, previsto para o dia 3 de fevereiro.

Otávio Trad (PT do B) considerou o reajuste “ilegal” e estuda junto com os vereadores Paulo Siufi (PMDB), Carla Stephanini (PMDB) e Chiquinho Telles (PSD) ingressar com ação na justiça contra o aumento.

Neste domingo, o Campo Grande News tentou contato com o presidente da Câmara Municipal, Mario César (PMDB), para comentar o caso, mas ele não foi localizado.

Justificativa – O aumento por parte da prefeitura foi justificado pelo secretário municipal de receita, Disney Souza. De acordo com ele, o reajuste acima dos 5,93% foi para “apenas para 2% dos contribuintes”. Já o percentual além da inflação só ocorreu porque houve modificações e alterações nas residências.

Entretanto, foram registrados vários casos em que os contribuintes não fizeram nenhuma alteração na casa e mesmo assim receberam carnês com até 35% de reajuste. Outros se queixaram de aumento de 128%.

Especialistas em direito tributário questionam a legalidade do reajuste e aconselham os contribuintes que se sentirem lesados a buscar seus direitos na justiça. Eles ainda destacam que os vereadores precisam “entrar” na discussão sobre o assunto.

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