Para eleitor, presente à Capital é vereador “com força de vontade”
Nem ideologia, nem características físicas: quem vota idealiza é o comportamento do parlamentar para 2025
O vai e vem de uma manhã de sexta-feira (23) na Praça Ary Coelho é cenário pitoresco e, por isso mesmo, o escolhido para perguntar aos campo-grandenses que por ali passam: “como seria o vereador ideal para a Capital?”.
A três dias da cidade completar 125 anos, as pessoas deixam de lado definições ligadas a representatividade, bandeiras ideológicas e características físicas, como gênero, cor e idade. As respostas trazem qualidades comportamentais, ou seja, como o parlamentar deve agir no mandato de quatro anos diante das expectativas de quem confiou o voto.
O presente para Campo Grande seria eleger no dia 6 de outubro, 40 dias depois do aniversário da cidade, este 26 de agosto, uma pessoa “sincera, com força de vontade, que cumpra promessas, comunicativa, que publique nas redes sociais e que ande nos bairros”.
Nas palavras de Josiane Valêncio Galeano, de 41 anos, que é do lar, a força de vontade está faltando e é o que pode fazer com que os parlamentares se destaquem no próximo mandato, que começará em 2025.
Tem que ser alguém com compromisso e respeito com o cidadão. No dia a dia, isso seria cumprir com o que prometeu, mas a maioria não faz, só fica sentado lá ocupando espaço e ganha muito bem para isso. Falta garra e força de vontade para cumprir o que prometeu, eles chegam lá e se acomodam”, comenta Josiane.
Ela lembra em quem votou, mas diz que ele não cumpriu o que prometeu, principalmente com relação à saúde. As promessas foram de lutar para garantir que houvesse medicamentos nos postos. “A maioria não cumpre”, opina.
A estudante Yasmin Galeano Lima, de 23 anos, é categórica, quando detalha que ser sincero é “não mentir”.
Tem que ter compromisso com a população e priorizar a verdade, porque, muitas vezes, fala e acaba não cumprindo”, diz.
Ela se lembra de quem votou em 2020 e está satisfeita com a atuação do parlamentar escolhido, mas acredita que a minoria tem demonstrado compromisso com o eleitorado entre os que estão hoje na Casa de Leis.
Na Internet - Entre os mais jovens, a “lupa” para observar o comportamento dos vereadores é a rede social. Pela internet, eles percebem quem é mais comunicativo ou, pelo menos, faz um esforço para demonstrar que é e que deixa o gabinete para ir aos bairros.
O técnico de internet Richard Gray Vieira dos Santos, de 27 anos, acompanha o trabalho dos vereadores pelas redes sociais e diz que “ser comunicativo” é o que se espera dos parlamentares.
Teria que ir aos bairros e ser comunicativo. Isso é importante, ser alguém que se comunique com as pessoas. A gente vê nas redes sociais alguns vereadores que têm esse perfil, mas outros já não vejo. Tem que ouvir o que o povo precisa e tentar fazer o que está ao alcance dele”, comenta Richard.
É bem por aí para a aposentada Anésia Cassimira dos Reis, de 70 anos. Ela não fala em redes sociais, mas também está interessada em alguém que demonstre um bom comportamento, começando pela “raça”, no sentido de garra para brigar pelo que a cidade precisa e não tem ainda.
“Tem que ser uma pessoa decente com o povo, um homem bom e de muita ‘raça’, porque as coisas estão muito difíceis. Que tenha raça para trabalhar para a gente, pelo povo. No dia a dia, tem que ser bastante com o público, leal e honesto com o público que votou e confiou nele”, opina Anésia.
Descrentes - Sentado na praça, o autônomo Miguel Roberto Lopes, de 64 anos, não se interessa e vota nulo, porque, na sua opinião, o vereador teria que ser honesto, mas “nenhum” parece ser.
“Não me interessa nem um pouquinho, porque a maior parte é mentira. Falta sinceridade e verdade, mas não existe no mundo. Não tenho esperança de jeito nenhum em político”, resume.
Trabalhando na praça, Ezequiel Carvalho do Nascimento, de 54 anos, também fala em “verdade e sinceridade”. “Teria que ser verdadeiro, mas não tem nenhum. Que tivesse boas propostas e cumprisse, trabalhar para fazer valer”, diz.
Fim - Assim termina a procura pelo personagem ideal de vereador. Entre as pessoas que pararam para opinar, a maioria têm esperança e até vê na Casa de Leis alguns parlamentares que se encaixam no perfil, mas alguns já não querem saber de política e preferem não idealizar.
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