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Direto das Ruas

Afastamento de médico gera indignação e protesto na Capital

Lidiane Kober | 26/10/2013 15:29

Indignados com o afastamento do médico Renato Figueiredo, funcionários da UPA (Unidade de Pronto-Atendimento), do Bairro Vila Almeida, espalharam na madrugada deste sábado (26), em pontos estratégicos da Capital, cerca de 20 faixas em protesto a decisão da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). Para eles, a medida é “retaliação política” pelo fato de o profissional denunciar os problemas nos postos de saúde.

Oficialmente, a prefeitura o afastou por supostamente não atender um paciente psiquiátrico. O caso veio à tona após a acompanhante do tal paciente denunciar Figueiredo em site da rede social. Na mesma postagem, o profissional chegou a se defender e alegou estar em atendimento de dois pacientes entubados e um em parada cardíaca.

A afirmação foi confirmada por colegas de trabalho, que informaram ainda que o paciente psiquiátrico já teria sido atendido e medicado. “Ele estava apenas aguardando uma vaga no Caps (Centros de Atenção Psicossocial)”, contou uma funcionária da Upa que, por medo de retaliação, pediu sigilo na identidade.

Segundo ela, todos os colegas de Figueiredo estão revoltados com a decisão da Sesau. “Funcionários da limpeza, guardas municipais, técnicos de enfermagem, farmacêuticos, outros médicos e o enfermeiros estão indignados com o afastamento do doutor Renato. Isso é uma injustiça, ele é um médico exemplar e dedicado”, ressaltou a funcionária da UPA, que trabalha há cinco anos com o colega.

Para ela, o afastamento ocorreu apenas porque o médico “tem coragem de falar as verdades” que acontecem no sistema de saúde da Capital. “Para você ter uma ideia, na semana passada, faltou dipirona do posto”, contou. “Chegou a faltar adrenalina, medicamento necessário para recuperar pacientes em estado de parada cardíaca”, completou.

A funcionária disse ainda que o protesto será intensificado no caso de a prefeitura não recuar. “O doutor Renato é inocente, se a secretaria não voltar atrás vamos reagir e não descartamos paralisar as atividades”, ameaçou. “Se fizeram isso contra um médico, podem fazer contra qualquer de nós”, acrescentou.

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