Hospital vai mapear mulheres que receberão remédio contra câncer de mama
O trastuzumabe entansina é indicado para pacientes que ainda têm sinais da doença após a quimioterapia
O Hospital de Câncer Alfredo Abrão, em Campo Grande, irá iniciar o levantamento da demanda de mulheres com câncer de mama HER2-positivo, que poderão ser beneficiadas com o trastuzumabe entansina (Kadcyla), medicamento de última geração incorporado ao SUS (Sistema Único de Saúde).
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O Hospital de Câncer Alfredo Abrão, em Campo Grande, aguarda orientações sobre a distribuição do medicamento Trastuzumabe Entansina (Kadcyla), recentemente incorporado ao SUS. O primeiro lote, com 11.978 unidades, já foi recebido pelo Ministério da Saúde, que investirá R$ 159,3 milhões na compra total de 34,4 mil frascos-ampola. O medicamento, que pode reduzir em até 50% o risco de morte e recidiva em pacientes com câncer de mama HER2 positivo, será distribuído em quatro lotes até junho de 2026. Em Mato Grosso do Sul, são estimados 920 novos casos de câncer de mama anualmente, e o tratamento beneficiará 1.144 pacientes em todo o país em 2025.
A iniciativa ocorre após o Ministério da Saúde receber o primeiro lote do fármaco, na segunda-feira (13), contendo 11.978 unidades.
“Até o momento, o nosso setor de farmácia do Hospital de Câncer Alfredo Abrão recebeu apenas um contato da Casa da Saúde, solicitando o levantamento da demanda de pacientes com indicação específica para essa medicação. Ainda não há informações sobre a logística de distribuição do fármaco, que deverá ocorrer por meio da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande, via Casa da Saúde”, diz a nota enviada ao Campo Grande News. O hospital informou ainda que não há previsão de envio e recebimento do medicamento.
O Ministério da Saúde disse que está em tratativa junto aos estados para definir a melhor estratégia de distribuição. O investimento chega a R$ 159,3 milhões, valor destinado à compra de 34,4 mil frascos-ampola.
No total, serão quatro lotes entregues até junho de 2026. As próximas remessas estão previstas para dezembro de 2025, março e junho de 2026. Os insumos deverão atender 100% da demanda atual pelo medicamento no SUS, beneficiando 1.144 pacientes em 2025.
Em Mato Grosso do Sul, o Inca (Instituto Nacional de Câncer) estima aproximadamente 920 novos casos de câncer de mama por ano.
Medicamento - O trastuzumabe entansina é indicado para mulheres que ainda apresentam sinais da doença após a quimioterapia inicial. O HER2 é uma proteína que estimula o crescimento das células cancerígenas, que se multiplicam rapidamente e tornam o câncer mais agressivo.
Segundo o Ministério da Saúde, o remédio pode diminuir em até 50% o risco de morte e de retorno da doença em pacientes que já passaram pela quimioterapia.
O oncologista clínico João Paulo Vendas Villalba, do Hospital de Câncer Alfredo Abrão, explica que o medicamento representa um importante avanço no tratamento do câncer de mama HER2-positivo.
“O Kadcyla é um medicamento inovador, indicado para pacientes com câncer de mama HER2 (receptor 2 do fator de crescimento epidérmico humano) positivo que realizaram quimioterapia e cirurgia, mas não tiveram resposta completa no laudo anatomopatológico. Ele pertence à nova classe de medicamentos chamada ADC (anticorpo conjugado à droga), que combina um anticorpo e uma quimioterapia, liberando o fármaco diretamente dentro da célula tumoral. Isso reduz efeitos colaterais e aumenta a eficácia do tratamento”, explicou.
Ainda de acordo com o médico especialista, o medicamento já é utilizado em pacientes de convênios e particulares. “A incorporação ao SUS representa um avanço significativo, embora destinada a um número pequeno e bem definido de pacientes”, pontuou.
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