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Vai pegar as estradas da América do Sul? Então não esqueça da Carta Verde

Campo-grandenses com e sem o seguro do carro contam como foi viajar pela Bolívia, Peru, Chile, Argentina e Paraguai

Paulo Nonato de Souza | 07/09/2019 07:12
A campo-grandense Thaiz abastecendo o carro com o apoio do pai na passagem pela Bolívia (Foto: Maria Cristina Sconhetzki)
A campo-grandense Thaiz abastecendo o carro com o apoio do pai na passagem pela Bolívia (Foto: Maria Cristina Sconhetzki)

Por insatisfação profissional ou seja qual for o motivo, quem já não fez planos ou ouviu alguém falar do sonho de cruzar a América do Sul abordo de um carro? Só que, mais do que coragem de viver experiências inesquecíveis, conhecer pessoas e paisagens diferentes, você vai precisar de um documento chamado “Carta Verde”.

É um seguro obrigatório do veículo, instituído pela Resolução 120/94, do Mercosul (Mercado Comum do Sul), em vigor desde 1º de julho de 1995, mas que nem todo mundo se da conta da sua importância.

O seguro cobre a responsabilidade civil do proprietário ou condutor do veículo de passeio particular ou de aluguel, não matriculados nos países de ingresso em viagem pela América do Sul. Nada tem a ver com o seguro que você já tenha contratado para o veículo no Brasil, segundo a Confederação Nacional das Empresas de Seguros.

Pelo que diz a Resolução, as seguradoras emitentes das apólices devem ter, obrigatoriamente, convênios com seguradoras dos demais países sul-americanos para o atendimento e encaminhamento de acidentes ocorridos e cobertos pelos seguros emitidos.

“Eu só queria pegar a estrada, não me importei com nada, só revisão e abastecimento, mas tive muitos perrengues por não ter o seguro Carta Verde. Fui parado na Bolívia, passei por vários postos pagando propina, e acabei barrado no Peru”, contou o campo-grandense Sergio Rodrigues de Oliveira. “Voltei com mais lembranças ruis do que boas porque não tinha o seguro internacional do carro”, ressaltou.

Já Thaiz Cristina Sconhetzki Marques Jardim, também de Campo Grande, foi mais cuidadosa na sua aventura de carro com a família pela América do Sul em 2015. “Sim, eu fiz o seguro do carro. Não tivemos nenhum problema com o carro, nenhum problema com seguro”, afirmou ela ao canal de turismo Lugares Por Onde Ando, do Campo Grande News.

Mesmo assim, Thaiz disse que a passagem pelas estradas bolivianas não valeu boas lembranças. “Também enfrentamos o problema da propina na Bolívia, porque lá parece que os policiais gostam de abusar dos turistas na estrada. Não há placas alertando sobre quilometragens, eles te param dizendo que você está acima da velocidade e te multam para cobrar propina”.

Thaiz pegou a estrada na companhia do pai, mãe e do filho. Seu destino era o santuário histórico de Machu Picchu, no Peru, e fez de carro exatamente o caminho que Sergio Rodrigues de Oliveira não conseguiu completar porque ele não tinha a tal “Carta Verde”, do Mercosul.

“Entramos no Peru pela Bolívia, depois fomos para o Chile, Argentina, Paraguai e retornamos para o Brasil. No geral foi uma viagem maravilhosa. Foi muito bom ter ido a Machu Picchu, um lugar incrível e com uma energia sensacional”, lembra Thaiz Jardim sobre a sua aventura sul-americana de 7 mil km.

Em sua experiência na Bolívia ela fez outra observação que vale como dica para quem pretende viajar de carro pela América do Sul. “O combustível lá é barato (cerca de R$ 2,11 o litro), mas se você vai com o teu carro nos postos o preço cobrado é o mesmo do Brasil. Fomos a pé em um posto, enchemos galões e abastecemos o nosso carro”, comentou.

A família Sconhetzki em Machu Picchu, no Peru, objetivo da viagem de carro por cinco países sul-americanos (Foto: Arquivo pessoal)
A família Sconhetzki em Machu Picchu, no Peru, objetivo da viagem de carro por cinco países sul-americanos (Foto: Arquivo pessoal)

Onde fazer a Carta Verde - Nas agências credenciadas próximas à aduana nas cidades que fazem fronteira com o Brasil, e o contrato pode ser feito levando em conta o período de circulação do veículo nos países de destino, mas a duração máxima do documento é de um ano.

Importante não deixar para a última hora e correr atrás do seguro com antecedência porque a validação da apólice só acontece depois da confirmação do pagamento. É um processo fácil e rápido, mas se focar no seguro apenas na véspera de pegar a estrada a análise de validade pode atrasar sua viagem.

Também é importante lembrar que, por se tratar de um seguro internacional, a sua cotação sempre considera o valor do dólar americano. Apenas como referencial, o Campo Grande News apurou que os valores podem variar entre R$ 124,82 (até 14 dias), R$ 185,34 (15 a 30 dias), R$ 257,20 (31 a 45 dias) e R$ 434,97 (um ano).

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