Bioceânica exigirá reforço estadual em segurança, diz ministro
Fórum debate as condições das estradas e das estruturas policiais para atender aumento de veículos

A segurança nas rodovias, para o tráfego de pessoas e produtos e também conter a atuação do crime organizado, terá um papel central das forças policiais do Estado e reforço estrutural da União com a concretização do Corredor Bioceânico de Capricórnio, nome oficial da Rota. A análise é do ministro das Relações Exteriores, Carlos Parkinson, que participa em Campo Grande do 2º Fórum Centro-Oeste de Segurança Rodoviária, no Bioparque Pantanal.
RESUMO
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O Corredor Bioceânico demandará reforço significativo na segurança das rodovias de Mato Grosso do Sul, conforme destacou o ministro das Relações Exteriores, Carlos Parkinson, durante o 2º Fórum Centro-Oeste de Segurança Rodoviária. As polícias estaduais terão papel central nas operações diárias, enquanto as forças federais focarão em inteligência. A rota, que conectará Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, terá Porto Murtinho como ponto de acesso principal. Um centro de controle será estabelecido em Campo Grande para coordenar as ações de segurança, que incluirão tanto o combate ao crime organizado quanto o atendimento a emergências no tráfego rodoviário.
Ele considera que no dia a dia o trabalho principal ficará com as policias estaduais, com as Polícias Federal e Rodoviária Federal mais envolvidas com serviços de inteligência e conexão com agentes dos países da Rota: Paraguai, Argentina e Chile.
O ministro menciona que está sendo discutida a criação de uma espécie de centro de controle para atender as demandas de segurança em Campo Grande, sem divulgação ainda do local onde funcionará. “Não é Brasília que vai dar resposta à segurança. A segurança vai partir de vocês aqui de Mato Grosso Sul, porque exige rapidez e efetividade na ação.”
Essa urgência, explica, envolverá efetivo tanto para questões relacionadas ao combate a condutas criminosas quanto a resposta para situações de segurança de tráfego. Para tanto, ele explicou que haverá um mapeamento da estrutura de atendimento médico e de resgate para eventuais acidentes que ocorram no percurso aqui no Estado. Na área policial, citou a necessidade de criação de condições para permanência de presos flagrados em delitos na fronteira.

A Rota terá como ponto de acesso ao Paraguai a cidade de Porto Murtinho, onde está sendo construída ponte sobre o Rio Paraguai e um contorno para acesso à estrutura e também funcionamento dos serviços públicos federais, como Anvisa, polícias e Reecita Federal.
Uma das grandes preocupações é que a estrutura burocrática acompanhe o ritmo de evolução das obras, previstas para o segundo semestre do ano que vem. Parkinson citou como um entrave o fato de o país vizinho estar sem representação diplomática em Brasília.
A questão aduaneira envolverá a compatibilização de legislações. Parkinson citou que a segurança para atender o Corredor Bioceânico já é alvo de um grupo de trabalho, o único sobre o tema na América do Sul e a integração de serviços será crucial para o combate ao crime organizado, devendo cada país apontar a estrutura que oferecerá.
Parkinson vê o Estado em um momento peculiar com o avanço do projeto da Rota, abrindo novos caminhos para importações e exportações via Oceano Pacífico. Ele deixa de cuidar somente dos seus interesses e ganha peso logístico internacional. O ministro assegura que muitos temas já têm avançado e também aponta que há ainda muito a ser feito para o projeto se concretizar.
Mais infraestrutura – O superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Mato Grosso do Sul, João Paulo Pinheiro Bueno, informou que a instituição elaborou um projeto com os investimentos necessários para os corredores que o governo Federal planejou terem segurança. O que passa por Mato Grosso do Sul é um dos cinco para abrir caminhos rumo a mercados na Ásia.
Conforme ele, o documento está com a ministra do Planejamento e do Orçamento, Simone Tebet. Bueno mencionou que hoje os serviços já contam com um trabalho de inteligência para otimizar as abordagens nas rodovias, tornando menos frequentes as paradas aleatórias. Ele reconhece que haverá uma demanda adicional com a efetivação da Rota.

O superintendente também apontou, no evento sobre segurança rodoviária, que mesmo sem o novo caminho o Estado já vivencia maior fluxo de veículos nas rodovias, sejam caminhões para atender o crescimento econômico- como os setores de mineração e celulose – ou mesmo com veículos de passeio transportando turistas. Os principais focos de preocupação são as áreas urbanas de Dourados e Campo Grande, com o fluxo intenso de veículos e mais ocorrências de acidentes.
O evento sobre segurança rodoviária reúne hoje e amanhã integrantes de forças policiais, autoridades, representantes de empresas do setor de transporte e técnicos.

