Desembargador nega trocar prisão de empregados de Name por tornozeleira
No entendimento do desembargador Ruy Celso Florence, não há motivo para substituir as prisões por medidas cautelares
Depois que a Justiça negou habeas corpus duas vezes para Luiz Fernando da Fonseca, conhecido como “Ligeirinho”, e Euzébio de Jesus Araújo, a defesa dos funcionários “de longa data” da família Name pediu que os dois fossem libertados com a condição de serem monitorados por tornozeleira eletrônica e mais uma vez recebeu um “não”. No entendimento do desembargador Ruy Celso Florence, as prisões são legais e não há motivo para substituí-las por medidas cautelares.
A defesa alega que os clientes são “simples serviçais”, sendo Luiz Fernando o domador dos cavalos de Jamil Name no Jockey Club e Euzébio o motorista da família. Segundo os advogados Edgar Calixto Paz e Eliete de Jesus Araújo argumentam ainda que os dois não têm qualquer “relação com os crimes imputados aos seus patrões” e que a manutenção das prisões, portanto, é desnecessária.
A acusação, porém, aponta que Luiz Fernando integra o núcleo de gerência da organização criminosa investigada pela Operação Omertà, que trabalha há ao menos 35 anos para a família Name e que atua, inclusive, como porta-voz de Jamil Name, acusado de liderar milícia armada.
Já Euzébio de Jesus Araújo é citado como um dos mais antigos seguranças dos Name. Ele também exerce função de gerência, segundo a força-tarefa.
Ligeirinho e Euzébio foram presos no dia 27 de setembro, por força de mandados de prisões temporária, e no dia 15 de outubro, a Justiça decretou que continuassem presos por tempo indeterminado.
No dia da operação, em setembro, várias armas foram encontradas na casa de Luiz Fernando - revólver calibre 38 com 5 munições, e, ainda, várias munições de calibre .40, .38, .22. A defesa também tenta a revogação da prisão preventiva e o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) já se manifestou contra, lembrando decisão anterior que negou o pedido.
“Embora a prisão em flagrante delito ocorra apenas em relação à posse da arma e da munição referidas, não é possível deixar de considerar o contexto em que a apreensão ocorreu, ou seja, no cumprimento de um mandado de prisão diante da suspeita de que existia, de fato, uma quadrilha disposta a matar pessoas”, destacou juiz de plantão à época da conversão do flagrante pela posse ilegal de armas em prisão preventiva.
Omertà - A operação apurou crimes de organização criminosa atuante na prática dos crimes de homicídio, milícia armada, corrupção ativa e passiva. Ao todo, foram 23 ordens de prisões expedidas para alvos em Campo Grande.