Em 1 ano, índice de jovens contratados por projeto em escolas triplica
índice saltou de 72 para 227; programa (PAP) é desenvolvido nas instituições estaduais de MS
Em um ano de existência, o número de jovens contratados - que foram inseridos no mercado de trabalho - através do PAP/MS (Programa de Aprendizagem Profissional/ Aprendiz) triplicou. Saltou de 72 para 227. O projeto é desenvolvido nas escolas estaduais de Mato Grosso do Sul. O número de empresas que procuram pelos serviços dos aprendizes também cresceu, saindo de 12 para 26.
RESUMO
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O Programa de Aprendizagem Profissional (PAP/MS) em Mato Grosso do Sul teve um crescimento significativo em seu primeiro ano, aumentando o número de jovens contratados de 72 para 227 e expandindo de 12 para 26 empresas participantes. O programa, que visa qualificar jovens de 14 a 24 anos, foi desenvolvido para integrar a aprendizagem escolar com a prática profissional. Com a recente ampliação, agora abrange todos os 79 municípios do estado, oferecendo cursos em diversas áreas, como administração e ciência de dados. A iniciativa tem contribuído para a redução da evasão escolar, permitindo que os alunos mantenham seus estudos enquanto trabalham, e oferece benefícios semelhantes aos de um emprego formal, como 13º salário e férias.
O PAP é um iniciativa de qualificação profissional voltada a jovens de 14 a 24 anos. O objetivo é fortalecer a aprendizagem adquirida na escola com a prática na empresa. Para participar é necessário estar matriculado nos cursos oferecidos, que transitam entre administração, comunicação e tecnologia.
Davi de Oliveira Santos é coordenador de educação profissional do programa. Ao Campo Grande News ele conta que a adesão foi tamanha que o projeto foi expandido para todo o Estado. Na semana passada o governo publicou no Diário Oficial do Estado com a ampliação do programa. Agora, a formação técnico-profissional estará disponível nos 79 municípios. A iniciativa começou na cidade de Três Lagoas, a 327 quilômetros de Campo Grande.
Segundo ele, a aprendizagem profissional pelo PAP não é uma política nova. Em Mato Grosso do Sul o que inspirou o projeto foi o Sistema S, desenvolvido como cursos no Senai e no Instituto Mirim.
O coordenador destaca que, diferente dos programas de referência, o PAP não possui cota de aprendizagem, ou seja, há vagas para todos em qualquer momento da trajetória escolar, a partir do 1º ano do ensino médio.
“Isso deu muito certo que fizemos em Três Lagoas em 2023 e tivemos uma expansão, nos constituímos uma unidade de gestão do programa, com gerente e equipe que trabalha exclusivamente para isso, que é muito importante para continuidade do projeto. As empresas descobriram esse programa e começaram a procurar para mostrar as vagas de jovem aprendiz. Fizemos parceria com o Ministério do Trabalho e Ministério Público, que entendem o modelo, validaram como inovador e apoiam continuamente na expansão”.
Hoje, além de Três Lagoas, o programa opera em Campo Grande, Aquidauana, Camapuã, Chapadão do Sul, Dourados e Ribas do Rio Pardo, com cursos de administração, serviços jurídicos, ciência de dados, mecatrônica e programação de jogos digitais. Conforme Davi, em 2025 o curso de inteligência artificial será incluído na grade.
Ele acrescenta que o modelo foi criado para atender as necessidades dos alunos, que precisam de renda e consequentemente saem da escola. Com a possibilidade de manter os estudos e conseguir ajudar os pais em casa há diminuição no índice de evasão escolar.
“Minimiza a evasão, contribui com geração de renda e com formação profissional e social. Nós começamos a observar esse cenário, o plano de 2014 de ensino previa a ampliação da educação em tempo integral, mas quando a gente colocava o aluno no ensino médio integral em algum momento ele saia desse regime de oferta e buscava o regime parcial porque surgia oportunidade de contrato como jovem aprendiz e ele precisava sair. Começamos a enfrentar isso, confronto com a realidade deles. Isso nos colocou na situação em que precisávamos buscar alternativas e criamos isso dentro da rede”.
Como funciona - Todos os estudantes da rede de ensino estadual poderão participar do programa, a partir do 1º ano do ensino médio. Empresas sinalizam aos gestores do projeto que possuem vagas para jovem aprendiz e o programa seleciona os estudantes cadastrados. Na seleção é levado em conta as competências e habilidades do aluno. A escolha dos cursos ofertados na escola também é uma decisão da gestão, portanto pode haver oferta de cursos diferentes nas unidades. O jovem aprendiz poderá exercer de 4h a 8h de trabalho.
Salário - De acordo com o coordenador, as empresas devem pagar por mínimo/hora. O cálculo é feito dividindo o valor do salário mínimo pelos dias trabalhados e multiplicado pela quantidade de horas. Em média os salários saem em torno de R$ 800 a R$ 1000,00.
O aprendiz tem direito a todos os benefícios de um profissional registrado pela CLT (Consolidação das leis do Trabalho), como 13º, férias, vale transporte, vale alimentação. O contrato vai de 1 a 2 anos.
“O programa é muito importante, agrega muito valor. O jovem quando conclui o ensino médio ganha além d o certificado de conclusão, a certificação profissional do curso que desenvolveu. E nesse período que foi contratado é registrado na carteira de trabalho que comprova experiência profissional. Para conquistar o mercado acaba sendo difícil sem porque as empresas exigem experiência”, finaliza Davi.
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