Esposa de vereador presa por fraude foi homenageada na Câmara de Bonito
Parlamentar exaltou o setor de licitações, chamando-o de “coração pulsante da administração pública”

Presa na manhã desta quinta-feira (2), a gerente do Departamento de Licitação e Compras da Prefeitura de Bonito, Luciane Cíntia Pazette, havia sido homenageada pela Câmara de Vereadores junto com outros integrantes do setor. A moção de parabenização foi proposta pelo marido dela, o vereador Pedro Aparecido Rosário, conhecido como “Pedrinho Marambaia”.
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A gerente do Departamento de Licitação e Compras da Prefeitura de Bonito, Luciane Cíntia Pazette, foi presa durante a Operação Águas Turvas. Ironicamente, ela havia sido homenageada na Câmara de Vereadores por meio de moção proposta por seu marido, o vereador Pedro Aparecido Rosário. A operação investiga uma organização criminosa suspeita de fraudar licitações de obras e serviços de engenharia desde 2021, com contratos que somam R$ 4,3 milhões. Foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão em quatro cidades.
Em 2021, Pedrinho e o ex-prefeito José Arthur Soares de Figueiredo foram alvos de ação civil pública movida pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, por enriquecimento ilícito, na 1ª Vara Cível de Bonito. Ambos acabaram condenados por improbidade administrativa, acusados de compra de votos mediante entrega de cestas básicas.
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Na moção, o vereador exaltou o setor de licitações, chamando-o de “coração pulsante da administração pública” e o descreveu como “responsável por garantir a legalidade, a transparência e a eficiência na aquisição de bens e serviços essenciais para a população”. No texto, ele ainda afirmou que os servidores, com sua dedicação e rigor técnico, “servem como exemplo e inspiração, sendo inestimáveis para o município”.
Operação – A Águas Turvas cumpre quatro mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão em Campo Grande, Bonito, Terenos e Curitiba (PR). A ação é conduzida pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio do Gaeco (Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado).
As investigações apuram organização criminosa, fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, entre outros crimes. Segundo o Ministério Público, o grupo fraudava sistematicamente licitações de obras e serviços de engenharia em Bonito desde 2021.
“São inúmeras licitações fraudadas mediante simulação de concorrência e exigências específicas criadas para direcionar o objeto do certame às empresas do grupo criminoso”, informou o MP em nota. Os contratos sob suspeita somam R$ 4.397.966,86.
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