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Cidades

Policial enviava dados a bandidos e é denunciado com mais 20 por tráfico

Escrivão pegava dados do Sigo para ajudar organização e agentes também usaram viaturas no transporte de drogas

Por Lucia Morel | 22/01/2025 19:37
Policial enviava dados a bandidos e é denunciado com mais 20 por tráfico
Viaturas do Gaeco em frente a imóvel alvo de busca e apreensão no dia 15 de janeiro. (Foto: MPMS)

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado) denunciou 21 pessoas que foram alvo da segunda fase da Operação Snow à Justiça. De todos, quatro já haviam sido investigados na primeira etapa da ação, em março do ano passado. A segunda ocorreu em 15 de janeiro e envolveu um escrivão da Polícia Civil, Gustavo Cristaldo de Arantes, afastado de suas funções em 2024. Todos estão presos.

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O Gaeco denunciou 21 pessoas por organização criminosa, tráfico de drogas, lavagem de capitais e corrupção, após a segunda fase da Operação Snow. A investigação, que se baseou em dados de celulares apreendidos, revelou a participação de quatro indivíduos já investigados na primeira fase, incluindo um escrivão da Polícia Civil que fornecia informações privilegiadas em troca de propina. A organização utilizava táticas sofisticadas para ocultar o transporte de drogas, como o uso de caminhões de empresas terceirizadas e a desativação de rastreadores. Dois advogados também estavam envolvidos, fornecendo assessoria jurídica e corrompendo agentes públicos. As investigações continuam e apontam para a participação de mais policiais.

Conforme a denúncia, o grupo foi denunciado por organização criminosa, tráfico de drogas, lavagem de capitais, corrupção, entre outros crimes. Chegar a mais pessoas foi possível após análise dos dados extraídos dos telefones celulares de Joesley da Rosa, identificado como líder da quadrilha e de Rodney Gonçalves Medina.

O Gaeco identificou que Mikeli Miranda de Souza e Jessika Farias da Silva, respectivamente esposas de Joesley e Rodney, além de Lais da Silva dos Santos, irmã de  outro envolvido - Luiz Paulo da Silva Santos - auxiliam nas atividades da organização criminosa, especialmente recebendo e realizando, em suas contas particulares, transações bancárias de valores oriundos do tráfico de drogas.

Os três nomes masculinos já citados, somados ao de Ademar Almeida Ribas correspondem aos quatro alvos da primeira fase da Snow. As três mulheres passaram a ser investigadas desde então.

Entre os “golpes” da organização criminosa com vias a camuflar cargas de entorpecentes estão o de usar até caminhão de empresa terceirizada dos Correios, a Transportadora Print Ltda. Além disso, havia responsáveis por desativar nos caminhões usados, os aparelhos das companhias de transporte que emitem sinais de geolocalização, de modo a impedir o rastreamento do veículo durante o transporte da droga.

O envolvimento de dois advogados - Antônio Cesar Jesuíno e Vlandon Xavier Avelino - era de blindar os integrantes com a corrupção de agentes públicos para a obtenção de informações privilegiadas e monitoramento das cargas de drogas, além de serem conselheiros de outros assuntos sensíveis da organização.

O policial Gustavo era um dos responsáveis por fazer as checagens em bancos de dados sigilosos do Sigo (Sistema Integrado de Gestão Operacional), municiando a organização criminosa com informações sensíveis, mediante o recebimento de propina.

Além desses, foram também denunciados Claudeir da Silva Decknes, Diego Fernandes Silva, Emerson Corrêa Monteiro, Felipe Henrique Adolfo, Lucas Ribeiro da Silva, Marcio Gimenez Acosta, Michael Guimarães de Bairros, Oscar José dos Santos Filho, Rodrigo de Carvalho Ribas, Vitor Gabriel Falcão Pinto e Wilson Alves Bonfim.

As investigações seguem e segundo a denúncia, há envolvimento de mais policiais ainda não identificados. Mais que usar dados do Sigo para ajudar a organização criminosa, agentes de segurança pública também usaram viaturas para transportar droga.

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