"Meu sonho é ele andar": avó é esperança em dia de mutirão de cirurgias em MS

“Meu sonho é ele andar.” A frase de Adriana de Sousa Alves, avó que acompanha o neto em atendimento ortopédico, resume o sentimento de centenas de famílias que lotaram os hospitais universitários de Mato Grosso do Sul neste sábado (13). Em Campo Grande e Dourados, unidades federais promovem mutirão para reduzir filas de espera do SUS (Sistema Único de Saúde).

Chamado "Dia E – Ebserh em Ação", o mutirão faz parte do programa "Agora Tem Especialistas" e acontece de forma simultânea em 45 hospitais universitários federais. No Estado, a ação mobiliza o Humap-UFMS (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), na capital, e o Hospital Universitário da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), em Dourados. Juntas, as unidades preveem 392 procedimentos, sendo 63 cirurgias, 227 exames e 102 consultas, neste único dia.

Campo Grande - No Humap-UFMS, a previsão é de mais de 320 atendimentos neste sábado, entre 32 cirurgias, 186 exames (tomografias, ultrassons, espirometrias, ecocardiogramas e biópsias de próstata) e 102 consultas de endocrinologia adulta e ortopedia pediátrica.

A superintendente Andrea Lindenberg afirma que a mobilização só é possível pelo empenho coletivo de servidores, residentes e estudantes para desafogar a demanda reprimida do SUS.

Adriana aguarda há quase três anos pela cirurgia do neto. Sorridente e ansiosa, depois de passar a noite em claro, a avó conversou com o Campo Grande News sobre a expectativa do atendimento que o menino vai receber. “Meu sonho é ele andar. Esperei quase três anos, porque tive que refazer toda a papelada. Hoje é consulta, mas já é um avanço”, conta.

No mesmo corredor, Fátima levou a filha de oito anos, que nasceu com pé congênito. “A expectativa é que saia logo a cirurgia do pé dela. A gente já está esperando há bastante tempo. É muito importante para ela poder andar melhor e, para mim como mãe, também é um sonho ver essa etapa sendo vencida”, diz.

Além das equipes médicas, voluntários tentam suavizar o ambiente. A estudante de medicina Caroline Sena, integrante do projeto de extensão “Rir é o Melhor Remédio”, participa vestindo até um nariz de palhaça para entreter pacientes. “É um ambiente difícil. Tentamos trazer um pouco de alegria enquanto eles aguardam”, afirma.

Mutirão nacional - O Dia E foi criado em 2024 para aumentar a oferta de serviços especializados no SUS. Nesta edição de setembro, quando o sistema completa 35 anos, a mobilização nacional prevê mais de 29 mil atendimentos – um aumento de 133% em relação à primeira edição de 2025, realizada em julho, quando foram feitos 12,4 mil procedimentos. Uma nova edição já está programada para dezembro.

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