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Cidades

Operação prendeu dono de loja de "muamba de luxo" e apreendeu Porsche

Ostentação nas redes sociais colocou os investigados na mira da PF e da Receita Federal de novo

Anahi Zurutuza, Bruna Marques e Mariana Rodrigues | 26/05/2021 11:58
Carros apreendidos estão no pátio da Superintendência da PF em Campo Grande (Foto: Bruna Marques)
Carros apreendidos estão no pátio da Superintendência da PF em Campo Grande (Foto: Bruna Marques)

A Operação Harpócrates 2 prendeu preventivamente (por tempo indeterminado) o empresário Rogério Reis, um dos donos da R3 Imports, loja de eletrônicos com unidades em Campo Grande e Chapadão do Sul. A força-tarefa investiga quatro pessoas envolvidas em esquema de contrabando de eletrônicos. Os nomes não foram divulgados.

A Polícia Federal e Receita Federal também apreenderam pelo menos 4 carros, dentre eles um Porsche Boxster, avaliado em cerca de R$ 400 mil na tabela Fipe, e um Land Rover Evoque 2013 - modelos semelhantes são anunciados por mais de R$ 100 mil na internet.

O Campo Grande News apurou que Rogério foi levado para a sede da Polícia Federal na Capital, prestou depoimento acompanhado de advogado e continuou preso. Ele seria o dono do Porsche. Já Natanael Barbosa, outro envolvido, foi interrogado e liberado.

Além dos carros levados para a Superintendência da PF , policiais federais e agentes da Receita apreenderam eletrônicos, 4 motocicletas elétricas, uma bicicleta elétrica e um patinete elétrico.

Um das motonetas elétricas apreendidas nesta quarta-feira (Foto: Henrique Kawaminami)
Um das motonetas elétricas apreendidas nesta quarta-feira (Foto: Henrique Kawaminami)

Esquema antigo - Esquema de contrabando já havia sido alvo de operação em 2017. Segundo a PF (Polícia Federal) e da Receita Federal, a ostentação nas redes sociais colocou os investigados na mira novamente.

Para a investigação, o comércio de produtos importados sem o recolhimento de impostos nunca parou. A dinâmica só foi adaptada. Segundo a PF, os alvos usam doleiros para enviar dinheiro a fornecedores das mercadorias no Paraguai, importam os produtos sem o pagamento de tributos e para dar “legalidade” aos carregamentos usam empresas de fachada que emitem notas fiscais frias. Os eletrônicos são, depois, revendidos na Capital, no interior e pela internet, para todo o Brasil.

Nesta quarta-feira (26), 62 policiais federais e 20 agentes da Receita foram às ruas de Campo Grande e Chapadão do Sul para cumprir 14 mandados de busca e fazer o sequestro de 2 imóveis, veículos e valores existentes em contas bancárias dos quatro investigados.

Fase 1 - Em dezembro de 2017, a R3 Imports foi alvo de buscas. À época, o empresário Rogério Reis divulgou vídeo no Instagram dando explicações. Ele dizia que a loja nada tinha a ver com fotos divulgadas mostrando armas, facas, dinheiro e soco inglês. “O único problema que tivemos aqui foi relacionado aos impostos de importação”, afirmou. O empresário disse ainda que já estava trabalhando na regularização da mercadoria apreendida. Veja:


Nesta quarta-feira, o Campo Grande News tentou contato telefônico com a R3 Imports, mas não conseguimos. Na sede da PF, advogados também não quiseram dar entrevista.

*Matéria alterada às 12h57 para acréscimo das informações. 

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