Órgãos de fiscalização de MS são acionados diante do risco de bebida com metanol
Autoridades reforçam fiscalização e orientam população após mortes e intoxicações em outros estados
O MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) abriu procedimento administrativo para proteger os consumidores do risco de ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. A medida surge em meio a um cenário nacional preocupante, com pelo menos cinco mortes e casos graves de intoxicação nos estados de São Paulo e de Pernambuco. O metanol é altamente tóxico e pode causar cegueira irreversível ou morte, mesmo em pequenas quantidades.
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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul iniciou investigação sobre bebidas adulteradas com metanol, após registros de mortes e internações graves em outros estados. A instituição solicitou informações a diversos órgãos e entidades sobre fiscalização e compartilhamento de dados, com prazo de resposta de dez dias. Embora não haja casos registrados em Mato Grosso do Sul, autoridades reforçam a fiscalização preventiva. O metanol, substância altamente tóxica utilizada na indústria, pode causar cegueira irreversível ou morte mesmo em pequenas quantidades. A população deve ficar atenta a sinais como dor de cabeça intensa, náuseas e visão turva após o consumo de bebidas alcoólicas.
Como parte da investigação, o Ministério Público enviou ofícios à Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária em MS, à Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), ao Procon/MS, ao Procon de Campo Grande, à Secretaria de Estado de Saúde, à Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande, à Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) e à Associação Sul-Mato-Grossense de Supermercados.
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Os órgãos foram solicitados a informar sobre fiscalizações, compartilhamento de dados e ações conjuntas, com prazo de resposta de dez dias. Também está prevista reunião com representantes das entidades para discutir soluções preventivas. Até agora, nenhum fornecedor foi identificado como responsável pela venda irregular de metanol.
O MP alerta à população sobre os riscos do consumo de bebidas adulteradas e orienta que fique atenta a sinais de alerta, como dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos e visão turva, que pode evoluir para cegueira. Antes de comprar bebidas alcoólicas, é importante conferir lacres, rótulos, contrarrótulos, fabricante e embalagem. Em caso de suspeita de adulteração, não consuma o produto, guarde a embalagem e denuncie pelo site da Ouvidoria do Ministério Público (ouvidoria.mpms.mp.br) pelo telefone 127 ou procure a Promotoria de Justiça mais próxima.
Reforço - Mesmo sem casos registrados no Estado, a fiscalização preventiva é reforçada. Segundo o delegado Wilton Vilas Boas de Paula, da Decon, a delegacia já investiga falsificações de bebidas, principalmente quando produtos de menor qualidade são colocados em embalagens de marcas mais caras, prática que, embora sem metanol, ainda representa risco ao consumidor.
“Quanto às denúncias de comercialização de bebidas contendo metanol, até o momento não há informações a respeito. As investigações existentes sobre falsificação referem-se, na maioria, ao envasamento de produtos de menor qualidade em embalagens de marcas renomadas, prática que ainda oferece risco devido à manipulação inadequada”, explicou o delegado.
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) reforça que a Vigilância Sanitária não identificou bebidas adulteradas em Campo Grande nem casos suspeitos de intoxicação. As fiscalizações seguem a rotina normal, mas medidas preventivas continuam sendo avaliadas diante dos casos em outros estados.
O Procon-MS também esclarece que, até agora, não recebeu denúncias de metanol em bebidas alcoólicas, mas mantém fiscalizações contínuas para evitar a comercialização de produtos sem origem, qualidade e segurança.
O metanol é um álcool industrial tóxico, usado na produção de solventes, plásticos, resinas e produtos farmacêuticos. É incolor, com cheiro parecido com o do álcool comum, e não pode ser identificado a olho nu ou por testes caseiros, reforçando a necessidade de fiscalização rigorosa e controle das bebidas comercializadas.
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