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Cidades

Hospital entrega laringes eletrônicas a pacientes que perderam a voz

Entrega do equipamento aconteceu durante evento de conscientização sobre câncer de cabeça e pescoço

Por Ana Paula Chuva e Raíssa Rojas | 01/07/2025 10:30
Hospital entrega laringes eletrônicas a pacientes que perderam a voz
Equipamento ajuda que pacientes que perderam as cordas vocais se comuniquem pela fala (Foto: Osmar Veiga)

Mais dois pacientes que perderam as cordas vocais receberam nesta terça-feira (1°), a laringe eletrônica, equipamento que permite que eles voltem a se comunicar através da fala. A ação aconteceu durante evento para conscientização sobre câncer de cabeça e pescoço no Hospital de Câncer Alfredo Abrão, em Campo Grande.

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O Hospital de Câncer Alfredo Abrão, em Campo Grande, entregou laringes eletrônicas a dois pacientes que perderam as cordas vocais. Adalto José Wüsch, 51 anos, e Flávio Roberto Lopes, 58 anos, receberam os equipamentos durante evento de conscientização sobre câncer de cabeça e pescoço. O hospital já realizou a entrega de 10 laringes mecânicas desde 2023, sendo pioneiro no Mato Grosso do Sul. O aparelho funciona como um amplificador de voz, permitindo que os pacientes voltem a se comunicar oralmente. Segundo especialistas, o diagnóstico precoce da doença pode elevar as chances de cura para próximo de 100%.

Durante o evento, a secretária Municipal de Saúde, Rosana Leite explicou que o Julho Verde é uma comemoração à vida. “Neste mês a gente fala sobre determinados tipos de câncer trazendo para a sociedade a conscientização. É um câncer evitável e que acomete a maioria das pessoas por conta do consumo de cigarro e bebida”, pontuou.

Hoje receberam os equipamentos Adalto José Wüsch, 51 anos, e Flávio Roberto Lopes, 58 anos. Os dois homens estavam acompanhados pelas filhas que falaram em nome deles, já que eles ainda não conseguem se comunicar de forma oral.

“Somos de Aquidauana e viemos morar em Campo Grande há dois anos por conta do tratamento. Ele estava meio resistente, mas conversamos e tudo foi melhorando. Foi complicado e ainda estamos passando pela reabilitação. Para a gente é uma benção ter o tratamento de graça e ver ele bem”, disse Maira Lima Silva, 43 anos, contadora e filha de Flávio.

Já a jovem Gabriela Fernandes Wüsch, 24 anos, contou que mora com o pai no distrito de Vista Alegre, em Maracaju. Desde o dia 17 de janeiro, eles vêm para Campo Grande de ambulância para que Adalto faça o tratamento.

“Quando descobrimos foi um choque. Começou com uma dor de garganta, depois perdeu a voz e aí começaram os exames detalhados que apontaram o câncer já bem avançado. Ele precisou de uma traqueotomia de emergência para abrir o canal dele e ele conseguir respirar. Ai ele perdeu a voz. Foi bem difícil porque ele é uma pessoa comunicativa”, detalhou a jovem.

Ainda no evento, houve a primeira apresentação do coral de pessoas traqueotomizadas que cantou a música “O tempo não espera ninguém”, do músico sul-mato-grossense Michel Teló. O fotojornalista Roberto Higa participou do momento acompanhado de Sandra Helena Higa que falou sobre o diagnóstico que o marido recebeu em julho do ano passado e o acolhimento que receberam.

“É muito acolhedor a forma como o hospital trata a gente, nos sentimos em casa. Ainda fala muito baixinho, mas para nós cada dia é um dia. Estamos na luta”, relato a técnica de enfermagem aposentada.

Hospital entrega laringes eletrônicas a pacientes que perderam a voz
Pacientes que receberam a laringe acompanhados pelo fonaudiólogo Anderson Borges (Foto: Osmar Veiga)

Laringe Mecânica - Ao todo, com a de hoje, o Hospital de Câncer já fez a entrega de 10 laringes mecânicas. O fonoaudiólogo Anderson Borges de Carvalho detalhou que o aparelho, colocado no pescoço do paciente, funciona como um amplificador para a voz.

“A fonoaudiologia treina esse paciente para utilizar esse aparelho para projetar a voz, ela sai metalizada, sai parecendo uma voz de robô, não tanto quanto antigamente, pq hoje em dia eles estão bem modernos e garantem ele aproximar a voz humana, grossa ou fina, como ele quiser. Tem paciente que uma semana ele já consegue utilizar, ela tem uma bateria interna como se fosse um celular", alegou o profissional.

O médico e coordenador da equipe do setor de câncer de cabeça e pescoço, Carlos Freitas, explicou que um dos principais desafios para diagnosticar a doença é a falta de conhecimento e divulgação.

"Se a gente conhecer os sinais do câncer no início e tratar, no início o tratamento é uma coisa simples. Às vezes uma pequena cirurgia, às vezes feito no ambulatório, sem internação inclusive, com chances de cura próximo de 100%. À medida que a doença evolui, a chance de cura é muito menor."

Pioneiro – Em 2023, a undiade hospitalar foi a primeira no Mato Grosso do Sul a entregar os equipamentos, na ocasião foram contemplados cinco pacientes, entre eles o aposentado Alécio Boscargin, 64 anos, que também participou do evento nesta terça-feira.

Ao Campo Grande News, ele contou que retirou toda a laringe por conta do câncer e com o equipamento, ele melhorou 90% já que não falava nada. “Agora eu trabalho, tenho comércio e atendo meus clientes. Tudo começou com uma dor de garganta forte, tomei remédio e não resolvia. Aí o médico pediu os exames e descobrimos o câncer”, relatou.

No ano seguinte, em 2024, o Hospital de Câncer, fez a entrega de mais três equipamentos.

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