Projeto 'Alvo Digital' aumentou em 34 vezes analise de celulares contra tráfico
O projeto concorre ao Prêmio CNMP 2025 na categoria enfrentamento de facções.
O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) afirma que desde 2019 a 3ª Promotoria de Justiça de Ponta Porã analisa arquivos de celulares apreendidos em operações na fronteira com o Paraguai para chegar ao comando do tráfico, algo já feito pela polícia. O trabalho, batizado de “Alvo Digital”, gerou 143 laudos técnicos só neste ano, segundo o Ministério Público, 34 vezes mais do que no primeiro ano do projeto.
RESUMO
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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul intensificou a análise de celulares apreendidos em operações na fronteira com o Paraguai através do projeto "Alvo Digital". Em 2023, foram produzidos 143 laudos técnicos, representando um aumento de 34 vezes em relação ao início do projeto em 2019. A iniciativa, desenvolvida pela 3ª Promotoria de Justiça de Ponta Porã, utiliza uma "Cabine Virtual" onde peritos acessam dados dos aparelhos apreendidos em ações contra o tráfico. O MPMS afirma ter obtido êxito em manter prisões e condenações de membros do PCC e Comando Vermelho, embora não tenha divulgado números específicos sobre a efetividade do programa.
Policiais apreendem celulares em ações contra tráfico de drogas, peritos acessam fotos, mensagens e áudios na chamada “Cabine Virtual”, sala onde o sistema registra quem mexeu em cada dado. Depois promotores usam esses relatórios para pedir prisões ou juntar provas em processos.
O MPMS diz que conseguiu manter prisões preventivas e obter condenações de suspeitos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e ao Comando Vermelho, mas não detalhou quantas decisões são definitivas.
"Localizada em uma região estratégica de fronteira seca com Pedro Juan Caballero (PY), a Promotoria tem enfrentado um dos cenários mais desafiadores do país no combate à criminalidade transnacional. Desde 2019, a unidade passou a incorporar em sua rotina a análise de mídias digitais oriundas de investigações, com resultados cada vez mais expressivos", afirma em nota.
Também não divulgou número de servidores envolvidos nem tempo médio entre apreensão do aparelho e emissão do laudo. O órgão afirma querer “desmontar estruturas criminosas complexas”, sem fazer a relação entre a quantidade de laudos à queda nos índices de tráfico ou violência na região.
O projeto concorre ao Prêmio CNMP 2025 na categoria enfrentamento de facções. Se vencer, o MPMS somará duas iniciativas premiadas, mas o Conselho ainda não divulgou os critérios de avaliação nem quantos projetos disputaram a mesma vaga.
Em resumo: o Ministério Público aposta na leitura de celulares como ferramenta contra o crime na fronteira, mas ainda precisa mostrar números que confirmem a efetividade da estratégia e justificar o investimento feito.