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Esquema usava Farmácia Popular para lavar dinheiro do tráfico internacional

Farmácia fantasma em Dourados aparece em esquema nacional de fraude ao Farmácia Popular que financiava tráfico

Por Viviane Oliveira | 20/07/2025 21:57
Esquema usava Farmácia Popular para lavar dinheiro do tráfico internacional
Cerca de 160 mil CPFs foram utilizados pela quadrilha com 48 fármacias reais ou de fachada (uma delas em Dourados)(imagem / reprodução Fantástico)

Farmácia de fachada registrada em Dourados (MS) está entre os estabelecimentos investigados pela PF (Polícia Federal) por envolvimento em um esquema criminoso que desviou cerca de R$ 40 milhões do programa federal Farmácia Popular. A denúncia foi revelada neste domingo (21) em reportagem do Fantástico, da TV Globo, e aponta que o dinheiro público foi usado para lavar recursos do tráfico internacional de drogas.

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A Polícia Federal investiga um esquema criminoso que desviou R$ 40 milhões do programa Farmácia Popular para lavar dinheiro do tráfico internacional de drogas. A fraude envolvia farmácias fantasmas em diversos estados, que utilizavam CPFs e endereços de pessoas inocentes para simular vendas de medicamentos. As investigações revelaram uma rede de 148 estabelecimentos, reais ou fictícios, comandada por Fernando Batista da Silva, conhecido como "Fernando Piolho", que possui ligações com o Comando Vermelho e o Clã Cisneros, organização criminosa peruana. O esquema utilizou indevidamente cerca de 160 mil CPFs e tinha conexões em seis estados brasileiros.

A investigação da PF mostra que redes de farmácias fantasmas operavam em vários estados do país, utilizando CPFs e endereços de pessoas inocentes para simular vendas de medicamentos. A fraude envolvia ainda a compra e venda de CNPJs em nome de “laranjas” e usava o sistema do programa para emitir cobranças fraudulentas ao SUS (Sistema Único de Saúde).

As investigações começaram após a apreensão de 191 quilos de drogas em Luziânia (GO), mas o esquema se revelou muito maior, com conexões em Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo e Rio Grande do Sul. Entre os nomes citados está o de Fernando Batista da Silva, conhecido como “Fernando Piolho”, apontado como líder da organização criminosa.

Segundo a PF, ele usava o nome da filha para abrir empresas, e teria ligações com o Comando Vermelho e o Clã Cisneros, organização criminosa peruana ligada a laboratórios de cocaína. O advogado de Fernando nega o envolvimento de seu cliente.

Em muitos casos, as farmácias nem sequer existiam fisicamente. Algumas estavam registradas em terrenos baldios, como uma localizada em Águas Lindas (GO), onde dois endereços fantasmas teriam recebido quase R$ 500 mil do Farmácia Popular. Em outro exemplo, uma farmácia que deveria funcionar em Campo Belo (MG) foi associada a uma empregada doméstica que consta como dona de cinco drogarias em diferentes estados e movimentou cerca de meio milhão de reais. O nome dela também aparece vinculado à empresa Drogaria PHS, que teria feito saques indevidos usando o CPF de um dentista de Sumaré (SP), que nunca foi diabético, mas teve a retirada de até 20 caixas de insulina por mês registrada em seu nome.

A PF apura ainda se os valores desviados de farmácias como a de Dourados foram repassados à organização comandada por Fernando Piolho, que teria usado o programa como fonte de financiamento do tráfico internacional de drogas, especialmente na fronteira com Bolívia e Peru.

Atualmente, cerca de 160 mil CPFs foram identificados como usados indevidamente pelo grupo, em uma rede que contava com pelo menos 148 farmácias reais ou fantasmas.

O superintendente da Polícia Federal no Distrito Federal, José Roberto Peres, resumiu o esquema: “Essa organização criminosa utilizou o programa Farmácia Popular para lavar dinheiro. Posteriormente, passou a usá-lo como ferramenta para investir no tráfico de drogas.”

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