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Cidades

Após novo recurso negado no STF, Neneco é extraditado para o Paraguai

Acusado pela morte de jornalista no país vizinho, Neneco foi entregue pela PF a autoridades paraguaias na manhã desta terça em Campo Grande; advogado de defesa diz que ele é brasileiro

Helio de Freitas, de Dourados, e Priscilla Peres | 17/11/2015 11:16
Neneco é escoltado por policiais federais poucos minutos antes de ser entregue a autoridades paraguaias (Foto: ABC Color)
Neneco é escoltado por policiais federais poucos minutos antes de ser entregue a autoridades paraguaias (Foto: ABC Color)
Ex-prefeito de Ypejhú assina documento ao ser entregue a autoridades paraguaias (Osvaldo Cáceres/ABC Color)
Ex-prefeito de Ypejhú assina documento ao ser entregue a autoridades paraguaias (Osvaldo Cáceres/ABC Color)

O ex-prefeito da cidade paraguaia de Ypejhú, Vilmar Acosta Marques, o Neneco, preso em março deste ano em Mato Grosso do Sul, foi extraditado na manhã desta terça-feira (17) para o Paraguai. Agentes da Polícia Federal o entregaram à comitiva paraguaia, no Aeroporto Internacional de Campo Grande, após a realização de exames médicos de praxe.

Neneco estava preso na carceragem da Superintendência da PF na Capital. A extradição, determinada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em agosto deste ano, é criticada pela defesa de Acosta, que afirma que o suposto narcotraficante tem nacionalidade brasileira. A Constituição de 1988 não permite a extradição de cidadãos brasileiros natos.

De acordo com o jornal ABC Color, o mais influente do Paraguai, a comitiva paraguaia que veio a Mato Grosso do Sul para levar Neneco foi formada pelos promotores públicos Javier Diaz Veron e Lorenzo Lezcano, além de chefes de polícia, agentes da Interpol (Polícia Internacional) e autoridades da chancelaria paraguaia.

Comparadoa Pablo Escobar – Apontado no Paraguai como o Pablo Escobar da fronteira com o Brasil, numa referência ao lendário narcotraficante colombiano morto na década de 1990, Vilmar Acosta é acusado de pelo menos 23 assassinatos ocorridos em território paraguaio. Entre as vítimas estão o jornalista do ABC Color, Pablo Medina, Antonia Almada, sequestrada e morta na companhia de Medina.

Acusado no Paraguai por assassinatos e tráfico internacional de drogas, Vilmar Acosta foi preso por policiais civis sul-mato-grossenses em março deste ano, no município de Caarapó, onde estava escondido há meses. No dia 26 de agosto, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu por unanimidade determinar sua extradição para território paraguaio.

No dia 10 deste mês, o ministro do STF, Dias Tóffoli, negou recurso da defesa de Vilmar Acosta, manteve a decisão do plenário e considerou o caso “transitado em julgado”, determinando a imediata extradição.

Advogado diz que ele brasileiro – O advogado Hervitan Cristian Carulla, de Cuiabá (MT), disse nesta terça-feira ao Campo Grande News que Neneco pode ser morto em território paraguaio e reafirmou que seu cliente é cidadão brasileiro. “Comunicamos em petição sobre a segurança dele lá, fizemos agravo. Ele corre risco de morrer no Paraguai, mas o ministro mandou cumprir imediatamente”.

“Por lá [Paraguai] dizem que ele vai sofrer as consequências. E se depois ele consegue provar que é cidadão brasileiro? Ele já vai estar lá”, afirmou Carulla. Segundo o advogado, o recurso contra a decisão do juiz de Sete Quedas que anulou a documentação brasileira de Neneco ainda está tramitando no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

“Os pais deles são casados em Caarapó e brasileiros. O Vilmar Acosta e os irmãos foram registrados no Brasil por ordem judicial, ele nasceu em território brasileiro, em Paranhos”, declarou o advogado.

A apelação de Neneco pedindo a anulação da decisão do juiz de Sete Quedas ainda tramita no TJMS. O relator é o desembargador Amaury da Silva Kuklinski. No dia 12 deste mês a Procuradoria Geral de Justiça deu parecer contrário ao recurso.

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