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Capital

Busca por vacina lota postos, espera chega a 3 horas e revolta mães

Lidiane Kober e Aline dos Santos | 27/06/2015 11:04
Com o filho no colo, Gisele pegou dois ônibus para chegar ao posto, mas não conseguiu a vacina (Foto: Fernando Antunes)
Com o filho no colo, Gisele pegou dois ônibus para chegar ao posto, mas não conseguiu a vacina (Foto: Fernando Antunes)

Em greve desde segunda-feira (22), a ausência dos enfermeiros lotou postos de saúde, neste sábado (27), no primeiro dia de vacinação para tentar diminuir a demanda. A espera chega a três horas e, mesmo assim, tem gente que sai sem a imunização.

Hoje e amanhã (28), são 100 senhas distribuídas por dia no postos de saúde dos bairros Coronel Antonino e Tiradentes. O problema é que o número não supre a demanda de cinco dias sem nenhum atendimento na cidade. O resultado é confusão e revolta das mães.

A auxiliar administrativo Gisele Santana, 30 anos, saiu cedo do Bairro Jardim Colúmbia, saída para Cuiabá, para chegar no posto, do Bairro Coronel Antonino, e vacinar o filho, de 1 anos e 3 meses. Depois de pegar dois ônibus com a criança no colo, ela não conseguiu senha.

“Respeito a greve, eles ganham pouco, mas deveriam liberar a vacina, porque é uma necessidade”, cobrou. Seu filho teve pneumonia na semana e precisa se imunizar contra a gripe e receber a pentavalente, rota vírus, meningocócica e hepatite.

No Bairro Tiradentes, Neuza Leite chegou às 6h30 e conseguiu a senha 22. Três horas depois, ela estava na porta da sala de vacinação para imunizar Manoela, de seis meses.

A atendente Tayná Nunes, de 20 anos, saiu do Bairro Zé Pereira até o Coronel Antonino com a filha Aghata Victórya, de apenas 16 dias. Ela chegou no posto às 8h e conseguiu a senha 98 para imunizar a criança contra a BCG. “A vacina acabou e foram buscar mais”, contou.

Aline Cardoso Cruz, 26 anos, depiladora, veio da Moreninha IV até o posto do Bairro Tiradentes para imunizar a sobrinha Maria Eduarda, de 9 meses. “Tem 72 pessoas na minha frente, tenho que enfrentar é a saúde do SUS”, comentou.

Por meio da assessoria de imprensa, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) admite que o plantão de vacinação no final de semana é “medida paliativa para não deixar o calendário de vacinação atrasar”. Segundo eles, a “demanda estava prevista” e a meta é pelo menos “diminuir a bagunça”.

De acordo com a assessoria, só os 80 enfermeiros contratados estão trabalhando, enquanto os cerca de 330 concursados estão de braços cruzados. Para atuar no fim de semana, a Sesau só conseguiu quatro profissionais. Dois estão no posto do Coronel Antonino e dois, no Tiradentes. O plano é viabilizar mais quatro pessoas para abrir duas salas durante a semana.

A Justiça determinou o retorno de 80% dos grevistas, porém, até agora, a categoria não sinaliza voltar ao trabalho. A prefeitura diz que não tem condições financeiras de dar aumento e promete abrir negociação só daqui a dois meses.

Mães esperam até três horas para vacinar filhos (Foto: Fernando Antunes)
Mães esperam até três horas para vacinar filhos (Foto: Fernando Antunes)
Greve congestionou a busca por vacina em Campo Grande (Foto: Fernando Antunes)
Greve congestionou a busca por vacina em Campo Grande (Foto: Fernando Antunes)
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