Carta revela fé da família de criança morta em acidente de carro
Menino estava acompanhado da mãe, do padrasto e de uma idosa, que é mãe do pastor da igreja que frequentam
Carta com mensagens de fé e esperança foi encontrada no local onde o menino de sete anos morreu na noite deste sábado (23), após um grave acidente no cruzamento da Avenida Conde de Boa Vista com a Rua Rio da Prata, no Bairro Jardim Tijuca, em Campo Grande.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Tragédia em Campo Grande: Acidente mata criança de 7 anos e deixa família ferida Um grave acidente no cruzamento da Avenida Conde de Boa Vista com a Rua Rio da Prata, no Jardim Tijuca, em Campo Grande, vitimou um menino de sete anos na noite de sábado (23). O veículo em que a criança estava com a família foi atingido por um carro conduzido por um motorista embriagado. A colisão foi tão violenta que o carro da família chocou-se contra o muro de uma residência. Testemunhas relataram que o motorista, acompanhado de uma mulher, tentou fugir, mas foi detido por populares até a chegada das autoridades. No carro da família, foi encontrada uma carta com mensagens de fé e esperança, refletindo a crença em promessas divinas e no conforto do Espírito Santo. A mãe da criança, que já havia perdido o marido em outro acidente, sofreu ferimentos na coluna e costelas. A avó da criança está em estado gravíssimo na Santa Casa. O motorista, Marcos Vinícius Francelino, de 39 anos, foi preso em flagrante por homicídio culposo qualificado por embriaguez e lesão corporal culposa.
O documento falava sobre promessas de Deus, citando o Dia de Pentecostes, quando as pessoas foram cheias do Espírito Santo, e lembrava que o Consolador, o Espírito Santo, viria para confortar os discípulos e convencê-los do arrependimento. A carta refletia a fé da família em meio a desafios, destacando a diferença entre promessas incondicionais, que dependem apenas de Deus, e promessas condicionais, que exigem ações humanas.
A carta na íntegra dizia: "Promessa incondicional, que não depende de nós, mas sim de Deus. Promessa condicional, que depende de nós, como o chamado de Deus em nossas vidas, e fala sobre a promessa do Dia de Pentecostes, em que as pessoas foram cheias do Espírito Santo. O Senhor morreu, mas ele disse que iria deixar o Consolador, que é o Espírito Santo. Mas os discípulos, as pessoas estavam com medo de morrer, decidiram se trancar no recinto, e ali Jesus os visita para que eles ficassem mais calmos e que eles pudessem acreditar que a promessa ainda estava de pé. Ações do Espírito Santo: ele convence do pecado, da justiça e convence ao arrependimento".
Segundo testemunhas, o motorista embriagado seguia pela Rua Rio da Prata, onde há sinalização de “pare” no chão, quando atingiu o Fiat Uno em que estava a família. O carro da família bateu contra o muro de uma casa, e o condutor tentou fugir do local, mas vizinhos e motociclistas conseguiram detê-lo. Uma moradora relatou que havia um casal no carro do motorista.
Segundo um amigo do tio da criança, o pai dela também foi vítima de um acidente. A mãe, que se feriu na coluna e na costela, estava no veículo.
O pedreiro Valteir Ferreira da Silva, de 52 anos, amigo do padrasto da criança, contou que recebeu um telefonema dizendo que o homem havia batido o carro. Eles estavam juntos minutos antes no evento da igreja e, quando chegou ao local, o motorista embriagado já havia sido detido pela polícia.
"O bombeiro ficou quase 1h30, fez de tudo para a criança vir a vida. Infelizmente não deu certo, ele foi a óbito. Ajoelhamos e oramos bastante, creio que essa hora ele já está na glória. Um anjo de sete anos, infelizmente aconteceu isso. Era para ser três dias de festa na igreja, no segundo acontece isso. A gente não sabe nada nessa vida, só Deus. Oramos agora pela mãe da criança e para ele (motorista do carro vítima) não se sentir culpado porque estava dirigindo", lamentou.
Moradores da região - As testemunhas descreveram a cena como desesperadora. Moradora de 61 anos contou que a família tentou reanimar a criança, que se chamava Miguel: “Foi bem assustador, parece que ele tentou fugir, o pessoal o pegou. Saíram correndo atrás dele, o pessoal que estava passando na rua foi atrás dele, que estava acompanhado por um casal. Nós ficamos meio de longe, eles tentaram reanimar a criança na hora. Eles tentaram muito salvar a criança, ficaram muito tempo com o menino, a família falava e orava muito pelo nome dele”.
Segundo a moradora, todos que acompanharam o socorro torceram e oraram para que o menino sobrevivesse. “A barriguinha dele inchou e eles ficaram em volta dele tentando trazê-lo, mas não teve jeito. O cara bêbado já vinha numa velocidade muito grande, o carro passou direto, ele perdeu o controle. As pessoas que estavam no carro parecem que foram jogadas”, disse.
Outra vizinha, de 77 anos, contou que estava dormindo quando ouviu o barulho da batida. “Parecia um caminhão de areia descarregando. Ouvimos só o estrondo”, relatou, acrescentando que perdeu o sono. “Eram umas 23h quando ouvi o barulho, achei que eram os vizinhos que tinham chegado, mas tentaram entrar no meu portão. Eu nunca saio à noite”.
Conforme apurado pela reportagem, o menino é filho da jovem de 22 anos que estava no carro e ficou ferida. O condutor do automóvel é namorado da moça e a idosa é mãe do pastor da igreja que eles frequentam. Eles voltavam de um congresso religioso. No momento do acidente, outros carros com membros do templo seguiam atrás do veículo atingido. O grupo se deslocava para uma lanchonete na região.
Acidente - O menino não resistiu aos ferimentos e morreu no local. A senhora de 61 anos foi socorrida em estado gravíssimo para a Santa Casa. O casal que também estava no carro teve escoriações e suspeita de traumatismo craniano e também foi encaminhado para o hospital.
O motorista, identificado como Marcos Vinícius Francelino, de 39 anos, estava alcoolizado, e o teste do bafômetro indicou índice acima do permitido por lei. Ele foi preso em flagrante e vai responder por homicídio culposo na direção de veículo automotor qualificado pela embriaguez, cuja pena varia de cinco a oito anos de reclusão, além de três acusações de lesão corporal culposa qualificada, com pena de dois a cinco anos cada, referentes às vítimas feridas.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.
