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Capital

Casal assassinado planejava união na igreja para celebrar 35 anos

Rodeados por duas dezenas de coroas de flores, os caixões são velados lado a lado

Aline dos Santos e Rafael Ribeiro | 20/07/2017 10:11
Juntos há 35 anos, Cristóvão e Fátima Silveira foram brutalmente assassinados. (Foto: Reprodução/Facebook)
Juntos há 35 anos, Cristóvão e Fátima Silveira foram brutalmente assassinados. (Foto: Reprodução/Facebook)
"Só tenho que desejar que Deus acolha ele e sua esposa", afirma Airton Saraiva. (Foto: Marcos Ermínio)
"Só tenho que desejar que Deus acolha ele e sua esposa", afirma Airton Saraiva. (Foto: Marcos Ermínio)

A brutalidade do crime que chocou Campo Grande pôs fim ao plano do casal Cristóvão e Fátima Silveira de celebrar na igreja a união existente há 35 anos.

Em meio a poucas palavras entrecortadas por lágrimas, familiares, que acompanham o velório do ex-vereador e esposa no Parque das Primaveras, relatam que eles se casariam no religioso e estavam felizes pela aquisição da chácara, onde acabaram assassinados.

Fátima Silveira,56 anos, era formada em Turismo e dedicava-se à família. Cristóvão tinha 65 anos e foi vereador na Capital por cinco mandatos.

Rodeados por duas dezenas de coroas de flores, os caixões são velados lado a lado. No entorno, dois filhos arrasados e pessoas chocadas pela crueldade do duplo homicídio. Na lembrança, imagens de um casal alegre e de um Cristóvão Silveira à la Alain Delon.

O ex-vereador Airton Saraiva conta que ficará na memória a imagem de uma pessoa culta, que ajudava os políticos de primeira viagem, alegre, zelosa com a forma física e que levava, entre os amigos, apelido do galã francês.

“Muito triste para todos nós. É um momento de muita tristeza para a cidade. O que fica na memória do povo é o trabalho grandioso por Campo Grande”, afirma.

Titular da Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda), Márcio Monteiro diz que ficará com o reconhecimento pelo trabalho de Silveira. “Todos estão chocados com esse crime de grande selvageria. Vou guardar na memória que o Silveira era pessoa de ótima índole, que trabalhou pela cidade, Estado e pelo partido”, salienta, ao comentar a trajetória do ex-parlamentar pelo PSDB.

“Trata-se de um grande líder, de importância fundamental para Campo Grande. Uma pessoa que deixa um legado na cidade. O momento é de tristeza pelo que aconteceu. E o apoio à família é fundamental”, diz o presidente da Câmara Municipal, João Rocha (PSDB).

Ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PTB) lamenta tamanha violência. “Nos faz pensar a respeito da índole do próprio ser humano. Resta agora guardar a imagem de homem e pai exemplar, um amigo para toda hora”, diz.

“A gente vai guardar essa figura de pessoa exemplar. Um casal que deixará muitas saudades”, afirma a subsecretária de Políticas para a Mulher, Carla Stephanini. 

Nas coroas de flores, condolências do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e do ex-governador André Puccinelli (PMDB). 

Violência - O crime aconteceu na terça-feira (dia 18), na chácara Bem-te-vi-, localizada na saída para Rochedo, na MS-080. O vereador e a mulher, encontrada nua e com parte das pernas queimada, foram mortos a facadas.

Três pessoas estão presas no Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros): o caseiro da chácara Rivelino Mangelo, 45 anos; e seus filhos Alberto Nunes Mangelo, 20 anos; e Rogério Nunes Mangelo, 19 anos.

Já Diogo André dos Santos Almeida, sobrinho de Rivelino, morreu em troca de tiros com a polícia de Corumbá. O quinto envolvido no crime segue foragido e a polícia faz buscas.

Velório acontece na manhã desta quinta-feira no cemitério Parque das Primaveras. (Foto: Marcos Ermínio)
Velório acontece na manhã desta quinta-feira no cemitério Parque das Primaveras. (Foto: Marcos Ermínio)
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