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Meio Ambiente

Governo vai pagar pela preservação de 126 mil hecteres em 45 áreas do Pantanal

Primeira chamada do PSA teve 71 inscrições; segunda etapa será aberta em fevereiro de 2026

Por Jhefferson Gamarra | 12/12/2025 18:44
Governo vai pagar pela preservação de 126 mil hecteres em 45 áreas do Pantanal
Área alagada do Pantanal de Mato Grosso do Sul (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

O Governo de Mato Grosso do Sul oficializou, nesta sexta-feira (12), o resultado final da primeira chamada do PSA Pantanal, programa criado para remunerar produtores rurais que preservam excedentes de vegetação nativa no bioma. A iniciativa, executada pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) com recursos do Fundo Clima Pantanal, avança como uma das principais políticas estaduais recentes voltadas à conservação ambiental com incentivo financeiro direto.

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O Governo de Mato Grosso do Sul selecionou 45 propriedades rurais para o programa PSA Pantanal, que remunerará produtores pela preservação de 126 mil hectares de vegetação nativa no bioma. Das 71 inscrições recebidas, as propriedades foram classificadas com base no Índice de Serviços Ambientais, considerando aspectos como conservação e relevância ecológica.A iniciativa, executada pela Semadesc com recursos do Fundo Clima Pantanal, terá sua segunda chamada em 2026. O programa visa reconhecer o produtor rural como agente estratégico na proteção ambiental, contribuindo para a biodiversidade, segurança hídrica e mitigação dos impactos das mudanças climáticas na região.

Nesta primeira fase, o programa recebeu 71 inscrições de propriedades rurais localizadas no Pantanal sul-mato-grossense. Após análise documental e geoespacial, 45 imóveis foram classificados com base no ISA (Índice de Serviços Ambientais), ferramenta que avalia parâmetros como conservação da vegetação, conectividade de habitats e relevância ecológica das áreas preservadas. Juntas, essas propriedades somam 126.182,77 hectares de excedente de vegetação nativa elegíveis à remuneração.

Segundo a Semadesc, o mapeamento técnico permitiu distribuir os imóveis selecionados por diferentes regiões do Pantanal, garantindo abrangência territorial e previsão de pagamentos proporcionais aos serviços ambientais prestados.

Governo vai pagar pela preservação de 126 mil hecteres em 45 áreas do Pantanal
Mapa com a localização das 45 propriedades contempladas no primeiro edital do PSA Pantanal (Foto: Reprodução)

Para o secretário Jaime Verruck, o resultado simboliza um movimento de mudança nas relações entre produção rural e conservação. Ele afirma que o PSA Pantanal “reconhece o produtor como agente estratégico” na proteção do bioma e reforça a imagem de Mato Grosso do Sul como referência em políticas ambientais e climáticas. A partir da convocação pela Funar (Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural), os proprietários classificados assinarão o Termo de Adesão, etapa que formaliza a entrada no programa e habilita o recebimento dos valores.

Imóveis que não atenderam às exigências do edital foram desclassificados, seguindo critérios previamente definidos. Para o secretário-adjunto Artur Falcette, a robustez técnica do processo é um dos pilares da credibilidade do PSA. Ele destaca o uso de critérios objetivos e análises geoespaciais como elementos essenciais para garantir segurança jurídica e orientar as próximas etapas.

“Todo o processo foi construído com base em critérios objetivos, análises técnicas aprofundadas e uso de ferramentas geoespaciais. Isso garante credibilidade ao PSA e cria um ambiente favorável para sua continuidade e ampliação”, destacou.

A secretária-executiva de Meio Ambiente, Ana Trevelin, reforça o papel estratégico da política pública diante dos desafios climáticos que afetam diretamente o Pantanal. Ela destaca que o incentivo financeiro à manutenção da vegetação nativa contribui para a biodiversidade, para a segurança hídrica e para a redução dos impactos das mudanças climáticas.

“Estamos falando de um bioma extremamente sensível e de importância global. Ao valorizar financeiramente a conservação do excedente de vegetação nativa, o Estado estimula práticas responsáveis, contribui para a manutenção da biodiversidade, para a segurança hídrica e para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas”, disse a secretária recém-chegada a pasta.

Com a conclusão da primeira etapa, a Semadesc confirmou o cronograma da segunda chamada do PSA Pantanal, prevista para 2026. O edital será publicado em 23 de fevereiro, data em que também serão abertas as inscrições, que poderão ser realizadas até 6 de abril. O resultado das inscrições deferidas está programado para 16 de abril, com prazo para recursos até o dia 20. A avaliação das propriedades se estende até 1º de junho, e o resultado final será divulgado até 15 de junho. A assinatura dos novos Termos de Adesão começa a partir de 16 de junho de 2026.

Poderão participar nesta nova fase proprietários que não integraram a primeira chamada. As regras permanecem as mesmas, incluindo a possibilidade de cancelamento de autorizações vigentes de supressão de vegetação nativa na data de abertura do edital. Os pagamentos serão referentes ao exercício de 2026.

Para Verruck, a continuidade do PSA Pantanal consolida a política como uma ação de Estado, com perspectiva de expansão. “A segunda chamada amplia o alcance do programa e reforça nosso compromisso com a conservação do Pantanal”, afirmou.