Com laudos, mãe prova que filha desnutrida lutava contra quatro doenças graves
Menina tinha hidrocefalia, encefalocele, paralisia cerebral e erros inatos do metabolismo
A morte da pequena Valentina, atestada com um quadro grave de desnutrição, levou autoridades policiais à casa da família, na tarde desta quinta-feira (23), no Jardim Santa Emília, em Campo Grande. A mãe, ainda em luto, tenta provar que o quadro da filha decorria das doenças contra as quais ela lutava desde que nasceu: hidrocefalia, encefalocele, paralisia cerebral e erros inatos do metabolismo.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Valentina, uma menina de cinco anos que sofria de múltiplas condições médicas, incluindo hidrocefalia, encefalocele, paralisia cerebral e erros inatos do metabolismo, faleceu em sua residência no Jardim Santa Emília, em Campo Grande. A criança, que nasceu com o cérebro exposto, surpreendeu médicos ao sobreviver além dos três dias inicialmente previstos. A mãe, Marilu Fernandes, que cuidava dedicadamente da filha, comprovou através de laudos médicos o histórico de tratamentos e acompanhamento constante da menina. Valentina era acamada, alimentava-se por dieta específica e havia recentemente saído da UTI após duas cirurgias cerebrais. O caso foi registrado como morte natural pela DEPCA, sem indícios de violência.
Valentina tinha cinco anos e uma lista de diagnósticos que a mãe conhece de cor: hidrocefalia, encefalocele, paralisia cerebral e erros inatos do metabolismo. “Ela nasceu com o cérebro fora da cabeça. O médico disse que ela viveria três dias fora do útero, mas eu quis ter. E ela viveu cinco anos”.
A menina era acamada, alimentava-se exclusivamente por dieta e dependia de medicações. Há um mês, ela havia saído da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) após mais duas cirurgias no cérebro. Marilu mostrou à reportagem laudos médicos que comprovam o quadro de saúde da filha e o acompanhamento constante. Também apresentou um documento que aponta a causa natural da morte.
“Ela não comia alimentos sólidos; seguia uma dieta específica. Eu fazia tudo certinho: os horários, os remédios. Ela estava se recuperando. Eu não saía de perto dela”, contou. No momento da morte, além de Marilu, estavam em casa um tio, que é policial, e o filho mais novo, de 3 anos.
A casa é simples; a família é acompanhada pela assistência social, pela promotoria e por uma equipe médica. Marilu criou os três filhos praticamente sozinha. “Não é porque ela era assim que eu não a amava. Eu a amava mais do que tudo. Todo mundo a amava. Ela foi uma guerreira e lutou até o fim, e eu lutei junto com ela”.
A dona de casa contou ainda que estava em processo de conseguir atendimento domiciliar (home care), previsto para começar em cerca de 45 dias. “Era o que eu mais queria para que ela tivesse conforto aqui em casa”.
Abalada, Marilu diz que não consegue mais entrar no quarto da filha. “Depois do velório, quero me mudar. Eu entro ali e vejo tudo e lembro dela. Não dá". Valentina deixou dois irmãos, de 10 e 3 anos.
O corpo de Valentina não apresentava sinais de violência, e o exame necroscópico confirmou a morte natural. O caso foi registrado como “morte decorrente de fato atípico” na DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), que ouviu familiares e testemunhas.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.



