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Capital

Comitê reclama de falhas em aplicativo para cegos no transporte público

Tecnologia garantiria o embarque de deficientes visuais nos ônibus por comunicação direta com motorista

Por Judson Marinho | 22/09/2025 18:50
Comitê reclama de falhas em aplicativo para cegos no transporte público
Comitê Gestor do aplicativo "Todos no Ônibus" durante reunião com representantes da prefeitura e do Consórcio Guaicurus (Foto: Osmar Veiga)

Reunido com o Consórcio Guaicurus e a Agetec (Agência Municipal de Tecnologia da Informação e Inovação de Campo Grande), o Comitê Gestor do aplicativo Todos no Ônibus cobrou a melhoria na eficácia do aplicativo, criado em 2018 para facilitar o embarque de passageiros cegos no transporte público.

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O Comitê Gestor do Aplicativo Todos no Ônibus denunciou a ineficiência do sistema, criado em 2018 para auxiliar passageiros cegos no transporte público de Campo Grande. Segundo a presidente do comitê, Maria Edivanda Diniz Aires, o Consórcio Guaicurus não apresentou soluções para os problemas relatados nos últimos dois anos. O aplicativo, que deveria permitir que pessoas com deficiência visual sinalizassem sua presença nos pontos de ônibus, enfrenta diversos obstáculos operacionais. Entre os principais problemas estão a falta de treinamento dos motoristas e a dificuldade de acesso ao cadastro, que exige presença física no consórcio. O sistema recebe aproximadamente 600 reclamações mensais.

De acordo com a presidente do comitê, Maria Edivanda Diniz Aires, que é deficiente visual, nesses dois anos de gestão, nada do que foi solicitado pelo comitê ao Consórcio Guaicurus para resolver os problemas do aplicativo recebeu solução por parte da empresa.

"O Consórcio sempre nos dá muitas desculpas, mas não há nenhum resultado. A efetividade do aplicativo não é uma questão de sensibilização; é nosso direito ter acesso ao transporte público."

O aplicativo, lançado em 2018, permite que cegos e pessoas com baixa visão informem que aguardam o ônibus do transporte coletivo no ponto. Com o nome "Todos no Ônibus", o recurso permite que pessoas cadastradas informem sua localização aos tablets instalados nos veículos. Após o aviso do passageiro, o dispositivo emite um sinal sonoro e, no ponto, o motorista chama a pessoa pelo nome, informando que se trata da linha solicitada. Na sequência, ambos devem confirmar o embarque por meio do aplicativo.

O Comitê alega que, na prática, o aplicativo não funciona porque os motoristas não estão acessando o aplicativo para verificar se há solicitações de embarque de passageiros cegos na linha.

Comitê reclama de falhas em aplicativo para cegos no transporte público
Presidente do Comitê Todos nos Ônibus Maria Edivanda Diniz Aires (Foto: Osmar Veiga)

"O aplicativo tinha problemas de tecnologia, mas, neste momento, com os problemas solucionados, o que está impedindo o funcionamento é o Consórcio Guaicurus. Eles precisam treinar os motoristas para acessar o aplicativo e fiscalizar se os motoristas estão usando o aplicativo de forma correta ou não."

Além dessas dificuldades para a tecnologia funcionar, o passageiro que necessita utilizar o aplicativo precisa comparecer pessoalmente ao Consórcio Guaicurus para solicitar seu cadastro no APP (aplicativo) que não está disponível nas principais lojas de aplicativos para instalação no celular.

A reunião também contou com a presença do vereador Maicon Nogueira (PP), que integrou a mesa da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Transporte Coletivo na Câmara Municipal. Ao Campo Grande News, o vereador informou que cobrou do Consórcio Guaicurus e da Agetec a melhoria na eficácia do aplicativo.

Comitê reclama de falhas em aplicativo para cegos no transporte público
Vereador Maicon Nogueira (Foto: Osmar Veiga)

"A eficiência na melhoria da mobilidade da pessoa com deficiência desse aplicativo é muito baixa. Então, nós estamos acionando este comitê para que o consórcio, mais uma vez, tente dar uma devolutiva, uma satisfação para as pessoas com deficiência. Eles nos relataram aqui coisas muito graves. Eles recebem pelo menos 600 reclamações por mês no SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor), relacionadas a diversos problemas", disse o vereador.

Os problemas no aplicativo são tantos que os próprios usuários do transporte coletivo que o utilizam desistiram de reclamar e até de usar o "Todos no Ônibus".

"Por mais que existam a reunião da reunião e o ajuste do ajuste, na prática, o aplicativo não vem funcionando. Os deficientes visuais já nem estão fazendo reclamações no aplicativo, porque alegam que o consórcio não dá devolutiva às reclamações", pontuou Maicon Nogueira.

O “Todos no Ônibus” levou oito meses para ser desenvolvido e entrar em operação, tendo a parceria do Ismac (Instituto Sul-Mato-Grossense para Cegos Florivaldo Vargas), da ADVMS (Associação dos Deficientes Visuais de Mato Grosso do Sul) e do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). O instituto e a associação têm 1,6 mil pessoas com deficiência visual cadastradas em Campo Grande.